quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A Renovação Carismática Católica

Como havíamos prometido, segue mais um artigo contra a RCC.

Nosso objetivo é provar que esse movimento é de origem herética e protestante que se infiltrou dentro da Igreja e tem causado rastros de destruição.

Queremos, com a graça de Deus, demonstrar que os católicos não podem participar dessas reuniões por serem contra a Doutrina Imutável da Igreja.

Se alguém, leigo ou clérigo, não concordar com os artigos aqui publicados, pedimos para que apresentem seus argumentos em favor desta seita. Mostrem e provem, com argumentos sólidos, da Sagrada Escritura, do Magistério, dos doutores e teólogos a catolicidade desse movimento. Se não o puderem provam que agem movidos somente por sentimentalismo e romantismo barato. Não tem direito a crédito.  

Que Nossa Senhora, que esmaga sob Seus Pés a serpente das heresias, livre Minas Gerais e todo o Brasil da RCC.

***

Pe. Scott Gardner, FSSPX

 Fruto do Concílio Vaticano II, Semente de Destruição.
Introdução:
  Batizados no "Espírito"
            "Batizado no Espírito", "Oração em Línguas", "O Dom da Profecia", e um "Relacionamento Pessoal com Jesus Cristo" são todas expressões muito em voga e indispensáveis no vocabulário da assim chamada "Renovação Carismática Católica" (RCC) , um movimento cujas origens se deve a um retiro sem nenhum acompanhamento realizado em 1967 por alguns estudantes da Universidade de Duquesne em Pittsburg (USA) . Por volta de 1990, o movimento já contava com cerca de 72 milhões de seguidores no mundo inteiro e organizações oficiais em mais de 120 países.

            Um crescimento tão rápido aqui e no exterior, juntamente com o quase completo abandono de práticas e crenças genuinamente católicas, bem como modo de se expressar, tem sido motivo de preocupação para os Católicos já por um bom espaço de tempo. À luz  do trigésimo aniversário da RCC ocorrido no ano de 1997, uma análise mais profunda  de suas práticas, crenças e idéias vem bem a calhar.
            O trecho abaixo  tirado da literatura carismática, diz respeito a um dos carro-chefes da RCC, "Batismo no Espírito", uma "Experiência de fé", na qual uma pessoa "libera" as graças recebidas no Batismo, Confirmação e Sagrada Eucaristia e assim experimenta a presença de Deus de um modo profundamente pessoal. Só por aí já podemos antecipar a visão e a compreensão dos Sacramentos mais comuns para os seguidores desse movimento:
"Cada Paróquia possui um certo número de grupos com sua própria visão, propósito e área de serviço. Ninguém se sente incomodado ou perturbado pelos outros movimentos tais como, Grupos do Rosário, Legião de Maria, Sociedade de São Vicente ou qualquer outra organização paroquial - a lista aqui poderia ser bem maior. Portanto, por que toda essa polêmica em torno da Renovação Carismática?  A verdade é que a RCC não é apenas uma questão de encontros de oração semanal. O seu coração reside  no Batismo no Espírito Santo - uma graça de Deus a qual deveria ser parte da experiência normal de todo cristão -  Através desse batismo, todo mundo: clero e leigos, homens e mulheres, jovens e velhos, negros e brancos, ricos e pobres - todos sem distinção, têm a oportunidade de dar o seu sim a Deus. Mas é ainda muito mais do que isso. Ao fazermos nossa adesão pessoal  a Jesus Cristo, nós estamos dizendo "sim" à presença  poderosa do Espírito Santo e aos seus dons: os carismas. Muitos de nós fracassamos em fazer isso  quando iniciamos o processo da Iniciação Cristã. Mas agora todos nós podemos fazê-lo, basta permitirmos que o Espírito Santo transforme-nos desde o mais profundo íntimo do nosso ser, equipando-nos para o serviço à Igreja e ao mundo." (Charles Whitehead- Charismatic Renewal- A Challenge 1993).
             Irregularidades Doutrinárias
              As implicações de tal declaração não deveriam deixar perplexo ninguém que tem um mínimo de conhecimento do Catecismo. Do ponto de vista ortodoxo e para dar ao autor o benefício da dúvida, poderíamos considerar tal declaração como uma referência ao Sacramento da Confirmação, o Sacramento pelo qual o Espírito Santo vem até nós de modo particularmente especial para nos transformar em verdadeiros cristãos e perfeitos soldados de Cristo.
            Que fosse tal pensamento relativo ao caráter sacramental, poderíamos ainda assim suspeitar de que o que eles pretendem sugerir, seria na verdade, um "oitavo sacramento" necessário para completar os outros sete. Mas muito ao contrário, os carismáticos negam qualquer clara conexão entre o "Batismo no Espírito"e os sacramentos Católicos, uma vez que  "ritos sacramentais e experiência religiosa são partes complementares da iniciação Cristã básica. E uma vez que esses aspectos da "Iniciação Cristã" são complementares, os Carismáticos não vêem nenhum motivo pelo qual não-católicos e até não-cristãos sejam excluídos da oportunidade de experimentar  ou receber os tais carismas, aqui se referindo é claro, às extraordinárias manifestações do Espírito Santo, as quais auxiliaram na expansão da Igreja Primitiva e desapareceram pouco tempo depois da Era Apostólica.
            De fato, eles sustentam que a natureza complementar das duas partes da "Iniciação Cristã" faz com que ela se torne algo facilmente reversível, ou seja, que uma pessoa não batizada pode experimentar esse "batismo no Espírito"e se tornar ipso facto, um cristão autêntico, precisando  dos "ritos sacramentais" meramente para "completar"  sua "iniciação cristã". O status dessas pessoas teoricamente seria o mesmo daqueles católicos que tendo recebido os Sacramentos, ainda esperam por uma consciente manifestação das graças invisíveis". É óbvio que muitas pessoas, mesmo os grandes Santos, nunca receberam consolações notáveis em sua Fé e muito menos manifestações extraordinárias do Espírito Santo. Portanto dizer  que uma pessoa que experimentou esse "batismo no Espírito" está de tal forma unida a Deus como ( ou até mais que) um católico piedoso e batizado que nunca vivenciou tal experiência é claramente um absurdo."
            A raiz desse absurdo é o falso entendimento de que uma experiência emocional sempre acompanha a concessão de uma graça- ou que pelo menos faz parte da "liberação da graça". Muito ao contrário, no que diz respeito à graça sacramental, frequentemente a  única indicação sensível da concessão da graça é o sinal sacramental por si mesmo.
            O Catecismo do Concílio de Trento define um sacramento como "um sinal visível de uma graça invisível, instituído para a nossa justificação". É portanto um sinal, cujo efeito é o que significa. Uma vez que todos os sinais visíveis de todos os sacramentos são completamente objetivos e estabelecidos pela Igreja de acordo com o mandamento ou inspiração de Nosso Senhor Jesus Cristo, os sentimentos pessoais de um indivíduo não tem nada a ver com a conferência da graça pelos sacramentos ( naturalmente, desde que não haja nenhuma intenção contrária).
             Objetivo: Expor as Idéias Básicas do Movimento Carismático e sua incompatibilidade com o Catolicismo.
              O "Batismo no Espírito Santo",  é o componente primário da RCC, e juntamente com a maioria dos demais, reside em falsas concepções sobre a graça, experiência e relacionamento mútuo, como é sustentado por seus seguidores. Os ítens principais da plataforma carismática, juntamente com os falsos princípios nos quais eles se apoiam, serão examinados um por um à luz da Doutrina Católica. Alguns de seus erros como o fenomenalismo, gnosticismo, ecumenismo, protestantismo e antiquarianismo ou arqueologismo, já foram tratados pelo Magistério da Igreja com profundidade. A eclesiologia defeituosa da RCC, bem como erros maiores no tocante à graça, o livre-arbítrio e os sacramentos merecerão um tratamento consideravelmente mais profundo.
            Portanto ficará claro que, apesar do entusiasmo dos modernos homens da Igreja por esse movimento, a RCC é fundamentalmente um movimento não-católico irreconciliável com 20 séculos de Magistério Católico. Depois de um breve exame de suas raízes, a inteira árvore será examinada ramo por ramo e todos os seus frutos amargos expostos, levando em consideração o mandamento apostólico: "Examinai tudo: abraçai o que é bom"( I Tess.5.21).

            Breve História do Movimento
            Raízes Protestantes
              Apesar de muitos carismáticos tentarem atribuir suas chamadas "manifestações do Espírito" `a ininterrupta Tradição Apostólica, eles acabam sempre por fracassar nesse intento. Alguns chegam ainda a sustentar que o fenômeno cessou por causa  de uma atitude "sufocante e burocratizante "por parte da Hierarquia Católica. Apesar disso, o fato da existência desses carismas não ser conhecido  depois da era Apostólica, é algo que fica claramente demonstrado por essa declaração de Santo Agostinho, feita no quarto século:
 "Quem em nossos dias, espera que aqueles a quem são impostas as mãos para que recebam o Espírito Santo, devem portanto falar em línguas , saiba que esses sinais foram necessários para aquele tempo. Pois eles foram dados com o significado de que o Espírito seria derramado sobre os homens de todas as línguas, para demonstrar que o Evangelho de Deus seria proclamado em todas as línguas existentes sobre a Terra. Portanto o que aconteceu, aconteceu com esse significado e passou"
              Ao descartarmos a atribuição dos carismas à  Tradição Apostólica , devemos portanto olhar para outras direções para compreendermos a origem desse fenômeno moderno. Muitos escritores atribuem  o início do moderno  Pentecostalismo a John Wesley, o famoso ministro ex-Anglicano e fundador do Metodismo no século 18.
            O próprio Wesley, filho de um ministro Anglicano, cresceu tentando "espiritualizar" a  então ainda "muito-católica" religião Anglicana, ou seja, tentando livrar o Anglicanismo de todo o seu "ranço"católico. Ele enfatizava a necessidade de uma piedade pessoal extremamente emocional, um "relacionamento pessoal"com Deus. Um dia, depois de um período convalescendo de uma longa enfermidade, Wesley sentiu uma "sufocante" manifestação do "Espírito" e percebeu que todas as suas antigas obras religiosas não passavam de tolices. Assim "cheio do poder", batizado no Espírito, tendo recebido aquilo que ele chamava de "segunda-bênção", ele foi capaz de sair e conquistar os corações de gelo das massas de denominação Anglicana dando-lhes um sentido mais profundo da presença de Deus através de seu "Método" de "Encontros de Oração".
            O paralelo entre o nascimento do Metodismo e as orígens da RCC se tornam ainda mais evidentes quando consideramos o segundo passo no desenvolvimento do primeiro. Wesley começou o seu movimento como uma espécie de suplemento para os serviços dominicais da Igreja Anglicana. Os encontros de oração eram realizados durante a semana, normalmente com a supervisão de algum membro do clero. Mas logo logo as autoridades Anglicanas começaram a ficar apreensivas com o rumo que os Metodistas estavam tomando e assim recusaram-se a designar mais elementos do clero para acompanhá-los. Como consequência, Wesley e seu movimento romperam com a hierarquia Anglicana, fundando sua própria igreja, sob sua própria autoridade, embora nunca tendo renunciado ao seu "sacerdócio anglicano". O número de apóstatas Católicos, cuja apostasia_ formal ou material_ é devida à RCC sem dúvida é significante, pois qualquer um sabe que uma igreja pentecostal ou carismática é formada quase em sua totalidade por apóstatas católicos.
            O Pentecostalismo propriamente dito, teve início com o movimento Revivalista ou de Reavivamento, o qual desovou entre outras, a seita do reverendo Charles Parham em Topeka, Kansas por volta do ano de 1900. Os Católicos Carismáticos atribuem o início do "Derramamento do Espírito" nos tempos modernos a essa seita herética. Uma breve sinopse da história dessa seita pode ser encontrada no livro de William Whalen chamado "Minorias Religiosas na América":

O aparecimento da glossolalia ( falar em línguas) foi registrado em 1901. Charles Parham, um pregador do movimento da Santidade, andava desanimado com sua própria aridez espiritual. Ele alugou então uma mansão que mais parecia um "elefante branco" em Topeka, Kansas, e ali começou uma escola bíblica com cerca de 40 alunos. Juntos eles começaram uma espécie de curso intensivo das Escrituras e chegaram à conclusão de que falar em línguas era o sinal de que um cristão havia recebido o batismo no Espírito Santo. Às 7 horas da tarde, numa véspera de Ano Novo, uma de suas alunas, Agnes N. Ozmen, começava a reunir o grupo para orar e quando foram-lhe impostas as mãos, ela começou a orar em línguas. Dentro de poucos dias, muitos outros a seguiram na experiência.
              Pahram passou os cinco anos seguintes levando uma vida de pregador intinerante antes de abrir outra escola bíblica, desta vez em Houston no Texas. Um de seus alunos, um ministro negro chamado W. J Seymore, levou a mensagem do "evangelho-pleno" à Los Angeles. Assim o movimento de Reavivamento, com apenas 3 anos de existência na Califórnia já atraía pessoas de tudo quanto é parte do país e essas pessoas se encarregaram de fundar e  espalhar o Pentecostalismo na maioria das grandes cidades dos Estados Unidos, bem como em muitos países da Europa. As antigas igrejas do movimento revivalista recusavam-se a enfatizar a necessidade de se falar em línguas, mas rapidamente dezenas de denominações pentecostais  independentes se organizaram, dando origem entre outras , às chamadas "assembléias de Deus".
Logo após esse firme estabelecimento em solo protestante, o Pentecostalismo começou a crescer rapidamente. De qualquer modo, sempre foi visto pelos escritores católicos como uma nova seita herética, nunca como "igreja-irmã". A revolução entrou na Igreja com a mudança de atitude proclamada pelo Vaticano II, uma abertura das janelas para o mundo, o que significou também uma abertura para todas as religiões do mundo- sob a guia de seu Príncipe e fundador, Satanás.
Transplante Católico. 
              Em 1967, durante aqueles primeiros tempos de euforia pós-Vaticano II, uma época agitada  pelo frenesi ecumênico e apostasia generalisada, alguns estudantes da Universidade de Duquesne em Pittsburg começaram a se expor às influências pentecostais devido à sua aridez espiritual. Eles estavam com "inveja" das "vidas modificadas" de seus muitos amigos protestantes e decidiram então orar pedindo graças idênticas. Uma espécie de retiro de fim de semana foi a chave providencial para os seus questionamentos. Várias pessoas se aproximaram de vários ministros protestantes, leigos e grupos de oração protestantes; e todos receberam o tal "batismo no Espírito" depois de terem tido mãos heréticas impostas sobre eles em oração.
            A importância dessa ação não deve ser subestimada. Esses Católicos se submeteram a um rito não-católico de caráter quase sacramental_ obviamente uma troça do Sacramento da Confirmação_ e toda a vibração emocional proporcionada por esse pecado ( objetivamente falando, naturalmente) convenceu-os da santidade da inteira experiência. Eles saíram dali como "Católicos Carismáticos" e sua influência se espalhou igual fogo selvagem por todo o país- primeiramente nos campus de colégios e depois pelo mundo inteiro.
            Se existe um bom argumento para se ouvir a Igreja, esse é um deles. A Igreja  por quase 2000 anos, sempre alertou seus filhos para manterem distância de "cultos" heréticos, porque ela sabe muito bem as consequências de tal pecado, tanto para os indivíduos envolvidos como para o Corpo Místico como um todo. Apesar disso a RCC não só admite como impertubavelmente louva, suas raízes ecumênicas e protestantes!
            A conclusão tácita é que a Igreja- O Corpo de Cristo- perdeu a maior parte da Fé, enquanto o Espírito Santo mantinha essa mesma fé dentro do Protestantismo. Portanto, os protestantes é que estariam restaurando à Igreja o seu patrimônio perdido. Esse é um posicionamento tão falso quanto audacioso, o que claramente cai em contradição com dois Dogmas de Fé: extra ecclesiam nulla salus = fora da Igreja não há salvação, e a indefectibilidade da Igreja. Ambos serão tratados minuciosamente mais a seguir.
            Hoje em dia, praticamente em cada diocese existe um órgão oficial da RCC. Existem grupos de oração carismática, seminários, convenções, retiros, etc. Tudo isso espalhado pelo país e pelo mundo inteiro. Nenhum nível da hierarquia está livre do contingente carismático, e eles são numerosos também entre o clero- especialmente entre o clero regular ou secular. Como procuraremos demonstrar, nem sequer Roma está imune à influência dos Carismáticos.

            Firme Estabelecimento no Solo da Igreja
          As Autoridades
              Apesar das  várias tentativas dos Carismáticos de tomar endossamentos pessoais de altos membros da Hierarquia e transformá-los em aprovações oficiais da Igreja, tais aprovações no entanto nunca existiram. Os Papas Paulo VI e João Paulo II receberam os Carismáticos várias vezes em audiência pública e falou deles em seus pronunciamentos em várias ocasiões; como em 1990 quando o Conselho Pontifícial para Leigos reconheceu a Fraternidade Católica de Comunidades de Aliança ( uma organização Carismática internacional), como uma associação privada de leigos. Apesar disso, nenhum pronunciamento oficial foi feito sobre a RCC. Na verdade, os Carismáticos, como todos os Católicos liberais, tendem a atribuir uma pseudo-infalibilidade a pronunciamentos papais não-oficiais quando esses são a seu favor, ao mesmo tempo que descartam completamente condenações oficiais  e até mesmo dogmáticas relativas a muitas de suas práticas e crenças nada ortodoxas.
            Apesar disso, podemos dizer que não existe escassez de adeptos do Movimento Carismático em nenhum nível da hierarquia ou do clero. Diáconos, padres, bispos, cardeais e papas tem sido e são grandes entusiastas pela causa Carismática, isso quando não são membros diretos da RCC. Que esse povo, supostamente bem treinado em Ciências Sagradas, se deixe levar pelo sensacionalismo de um movimento sem nenhuma base doutrinária para suas crencas e práticas, não deixa de ser algo digno de reprovação.
            Os "estudos quase- oficiais" da Conferência Nacional de Bispos Católicos nunca foram aceitos por aquele mesmo órgão como sendo posições oficiais. Eles foram aceitos apenas como "Diretrizes Pastorais" para dioceses individuais.
              A conclusão do relatório de 1969 recomenda que se permita que o  movimento se desenvolva sob supervisão episcopal e com a participação sacerdotal.
            É interessante notar que, aqui os bispos aceitam sem questionar uma das mais perigosas afirmações da RCC, ou seja, que o fenômeno atual, o qual se parece com a descrição dos verdadeiros carismas contidas no Novo Testamento, são verdadeiros carismas simplesmente devido a esta semelhança e que o Espírito Santo seria o autor do fenômeno atual, simplesmente em virtude do fato de que Ele era o mesmo autor dos verdadeiros carismas há quase 2000 anos atrás. Infelizmente para seu próprio prejuízo , bem como da inteira Igreja, eles sequer cogitam na possibilidade de que esse fenômeno extraordinário ( o qual a RCC está tentando transformar em ordinário) possa ser apenas mais um engano do demônio, o qual não se importa de que tais pessoas até orem mais levados pela empolgação e pelo sensacionalismo, se depois tudo isso contribuir para levá-los direto para o Inferno.
Em 1975, os Bispos dos Estados Unidos lançaram um documento chamado "Declaração sobre a Renovação Carismática Católica", o qual se definia como  um documento "de cunho pastoral no tom e no conteúdo" e não como um "estudo exaustivo". Esse documento reconhece alguns dos perigos inerentes ao Movimento: elistismo, fundamentalismo bíblico, exagero na importância dos dons, indiscriminado ecumenismo e as assim chamadas "pequenas comunidades de fé".
            Provavelmente o mais famoso advogado da RCC entre a hierarquia foi Sua Eminência, Cardeal Jozef Suenens, Arcebispo Emérito de Malines-Bruxelas, o qual, incidentalmente, foi uma das vozes liberais mais proeminentes durante o Concílio Vaticano II. No ano subsequente à sua aposentadoria em 1979, Cardeal Suenens passou o tempo todo viajando e escrevendo incessantemente em apoio à RCC. Por volta do 25 aniversário da RCC, Cardeal Suenens escreveu o seguinte trecho em seu artigo comemorativo:

"Os cristãos de hoje têm que redescobrir o coração da mensagem cristã; eles foram suficientemente "sacramentalizados"; mas não foram suficientemente "evangelizados". Temos agora que encarar a tarefa de redescobrir e explicar o que realmente faz um cristão. Devemos ajudar os cristãos a se tornarem cada vez mais e continuamente cientes de sua fé e a vivê-la de um modo mais pessoal. Muitos devem portanto trocar aquele cristianismo sociológico ou herdado, por uma vida de fé mais plena e ativa, baseada em uma decisão pessoal e abraçada com completa consciência."
              Como a maioria das declarações dos liberais, esta também é ambígua o bastante para ser interpretada de modo ortodoxo; todavia, a terminologia nitidamente protestante é algo que não passa despercebido por ninguém.
            O discurso do Papa João Paulo II, por ocasião do 6 aniversário da RCC em 1987, acabou por endossar de modo inacreditável a idéia tácita mencionada pelos Bispos americanos (a qual mostraremos que tem suas raízes no fenomenalismo) de que o Movimento se encaixa no "Espírito do Vaticano II", bem como sua constante preocupação com a vinda do Novo Milênio:

"O vigor e os frutos da Renovação certamente atestam a poderosa presença do Espírito Santo na Igreja durante esses anos que se seguiram ao Concílio Vaticano II. Graças ao Espírito, a Igreja mantém constantemente sua juventude e vitalidade. E a Renovação Carismática é uma eloquente manifestação dessa vitalidade nos dias de hoje, uma vigorosa afirmação do que "o Espírito está dizendo às Igrejas"(Apoc. 2.7), na medida que vamos nos aproximando do fim do segundo milênio."
              De qualquer modo, podemos dizer que um dos frutos positivos da total crise de autoridade na qual os católicos de hoje encontram-se imersos, é a sede saudável por conhecer mais sobre  a história da Igreja e estudar os documentos de seu Magistério. A sabedoria comprovada dos Padres e Doutores da Igreja, Prelados genuinamente guiados pelo Espírito Santo, é de uma profundidade bem clara e de uma poderosa acuracidade. O surgimento de seitas "espiritualistas" é algo que já havia acontecido antes na história da Igreja, e um breve exame de como os modernos homens de Igreja lidam com elas, serve-nos para obter um melhor entendimento da situação atual.

            Paralelos Históricos.
              Não podemos negar que extraordinárias manifestações  do Espírito Santo ocorreram durante a Era Apostólica e que foram mais do que úteis para ajudar a difundir a Fé Cristã pelos quatro cantos do mundo conhecido até então. Qualquer um pode constatar isso, lendo os Atos dos Apóstolos. Tais manifestações tinham propósitos específicos: espalhar a mensagem do Evangelho a ouvintes de diferentes idiomas (ex: São Pedro no dia de Pentecostes) ou provar a credibilidade ou santidade do pregador.
            Todavia, é também inquestionável que esses fenômenos extraordinários duraram consideravelmente pouco e desapareceram logo após a Era Apostólica. A Igreja tinha então atingido uma universalidade moral e havia se estabelecido de tal maneira que essas manifestações já não eram mais nem úteis ou necessárias.
            Apesar disso, de vez em quando, pipocavam ali e acolá alguns grupinhos "espiritualistas" que ganhavam notoriedade  devido às suas estranhas crenças e práticas, mas que no fim acabavam por receber a condenação da Igreja. As  principais entre essas seitas, foram:  a dos "Joaquinitas", seguidores de Joaquim de Fiore por volta do século 12, os Fraticelli que eram alguns franciscanos cismáticos do século 13 e 14, e os Molinistas ou ( Quietistas) por volta do século 17.
            Joaquim de Fiore ( 1132-1202), foi um abade da Ordem Cistercience especializado no estudo das Sagradas Escrituras. Todavia ele tinha uma mente muito voltada para o misticismo e passou anos dissecando as Escrituras, buscando descobrir significados escondidos nas entrelinhas das menores passagens. ( Esta prática de se ler nas entrelinhas "guiados pelo Espírito", é a marca registrada dos carismáticos dos tempos modernos). No final de sua vida, depois de completar sua obra, Joaquim submeteu seus escritos ao julgamento de Roma.
            Em seus escritos, ele expunha erros concernentes à Santíssima Trindade, embora mais tarde  tenha se retratado depois que tais erros foram anatematizados pelo Quarto Concílio de Latrão. Todavia, sua idéia mística a respeito da História era o item mais problemático. Joaquim sustentava que a história do mundo tinha sido dividida em três fases distintas, cada uma correspondente a uma pessoa da S.S Trindade. Assim, a primeira fase da história da humanidade teria sido marcada pelo governo majestoso de Deus-Pai, a segunda, que são os nossos tempos, pela Sabedoria do Filho e de sua Igreja, e a terceira, ainda por vir, pelo Espírito Santo num derramamento de amor universal e com o desaparecimento de todas as religiões formais em favor de um mundo governado apenas pelo espírito do Evangelho. Todo esse ensinamento foi condenado pelo Papa Alexandre IV logo após a morte de Joaquim no século 13.
          A similaridade entre esse antigo ensinamento e o constante jargão Carismático sobre "uma nova era do Espírito", é algo que dispensa comentários. Pelo contrário, mais preocupante é a fascinação do Santo Padre com a chegada do Novo Milênio. Ao falar dos preparativos para o Grande Jubileu do ano 2000, o Papa João Paulo II designou o ano de 1998 como o "Ano do Espírito":
             "A Igreja não poderia se preparar para o Novo Milênio de outro modo senão pelo Espírito Santo. O que foi conquistado pelo poder do Espírito Santo na plenitude dos tempos, apenas pelo poder do Espírito é que poderá emergir agora da memória da Igreja".
 E o Santo Padre vai ainda mais adiante:

"A tarefa primordial na preparação para o Jubileu incluirá uma renovada apreciação da presença e da atividade do Espírito Santo... [ cita sinais de como isso já está ocorrendo]... maior atenção à voz do Espírito através da aceitação dos carismas e da promoção dos leigos, um compromisso mais profundo com a causa da unidade dos cristãos, e um crescente interesse pelo diálogo com outras religiões e com a cultura contemporãnea."
            Essas declarações surpreendentes revelam claramente como o atual Papa associa  Ecumenismo, Secularismo e  Laicismo com o Novo Milênio e com a obra do Espírito Santo. A similaridade entre esse tipo de raciocínio e o pensamento de Joaquim de Fiori [ aquele de que o Espírito, através de um derramamento de amor universal, unirá todas as religiões formais no espírito do Evangelho]é alarmante demais, pra não dizer o pior.
            Um dos principais seguidores das idéias de Joaquim, foi um  grupo "espiritualista", formado por alguns frades da Ordem  Franciscana. Os descendentes diretos desse grupo, formaram um século depois da morte de Joaquim, o grupo dos Fraticelli, e suas interpretações pessoais do Evangelho renderam-lhes os maiores problemas tanto dentro da Ordem Franciscana como com o Papa. No final, eles acabaram dizendo que a Igreja era corrupta e carnal, em contraste com a sua própria espiritualidade e que  eles eram os únicos verdadeiros seguidores do Evangelho. Eles acabaram sendo excomungados pelo Papa João XXII em 1318.
            É interessante notar que os Carismáticos também costumam fazer essa distinção entre  "Católicos plenos" e os "outros", ao fazerem declarações como essa de uma tal Betty Nunez:
"Eu não estou dizendo que os "outros"católicos não crêem, mas quando você é renovado pelo Espírito, sua fé se torna viva".
            Agora, dando à Senhora Nunez todo o benefício da dúvida, tal declaração soa como um insulto a qualquer Católico não-Carismático, pois seria o mesmo que dizer que temos uma fé morta ao passo que os Carismáticos possuem uma fé viva. Esse tipo de declaração infeliz é muito parecida  com a dos Fraticelli.
            Miguel de Molinos (1628-1696) confundiu completamente o ensinamento Católico sobre a graça e a natureza. Apesar dele acreditar que a graça supõe a natureza, ele ensinava que o único caminho para a santificação era o completo abandono da alma às ações de Deus (aqui no caso, o Espírito Santo). Novamente, isso soa como ortodoxo a princípio, ou seja,  quando ouvido num contexto ortodoxo. Todavia contém um erro grave. Molinos sustentava que a alma deveria ficar completamente passiva à ação de Deus. Mas seu quarto princípio, também condenado, sustentava todos os demais: "A atividade natural é inimiga da Graça, impedindo a ação de Deus e a verdadeira perfeição, porque Deus deseja operar em nós, sem nós". Aqui não se trata de conformarmos nosso livre-arbítrio, ou seja, nossa vontade, à Vontade Divina e sim de aniquilarmos nossa própria vontade, substituindo-a pela Vontade Divina. Como consequência disso, depois que ocorre esse "aniquilamento", a pessoa fica isenta de qualquer responsabilidade pelos seus atos, já que ela se tornou de certa forma, um autômato.
            A pergunta mais comum entre os Carismáticos costuma ser: "É Jesus Cristo o Senhor da sua vida?" Naturalmente que todo Católico deseja que Jesus Cristo seja não apenas o "Rei e Centro de todos os corações"como também do mundo inteiro. Aliás, o Reino Social de Cristo Rei deveria ser uma de nossas bandeiras de luta. É importante todavia compreender a diferença entre essas duas posições. Os Católicos querem conformar sua vontade de forma que ela esteja de acordo com a Vontade Divina. As conquistas naturais são plenas de perfeição apenas quando guiadas e ordenadas para o sobrenatural. Já os Molinistas ( e Carismáticos) querem aniquilar seu próprio livre-arbítrio, tornando-se vasos completamente passivos sob a ação da Vontade Divina. A seguinte passagem é um trecho típico da literatura carismática a esse respeito:

Jesus aprendeu a vontade do Pai, vivendo num relacionamento pessoal diário com Ele. Será que eu estou crescendo na prática da Presença de Deus através do meu dia-a-dia?  Eu faço as coisas ou progrido de um modo compulsivo ou como resposta? Será que meu ouvido interior está treinado para ouvir, buscando ouvir o Espírito Santo e seguir sua doce moção? Seguir o Espírito é como pisar na corrente de um rio, permitindo que ela lhe dê a direção. ( Patti Harrison-"Jesus Lord of my life")
            Qualquer um pode imaginar sendo esta a disposição na qual um Carismático se encontra antes de  ter uma manifestação física do "espírito". Afinal o que mais poderia proporcionar o clima ideal para que pessoas ordinárias sejam capazes de contorcer-se, saracotear, lançando-se em uma verdadeira algazarra dentro da Igreja? Uma das duas explicações parece ser o mais provável: que o sujeito realmente deseja - talvez até inconscientemente- realizar essa performance por causa da dinâmica de grupo ou histeria coletiva, ou que seu estado de relaxamento deixa-o completamente aberto e passivo a mercê de uma verdadeira manifestação do "espírito"- naturalmente que aqui não se refere ao Espírito Santo! Pois como sempre foi ensinado pela Igreja , o ato de se falar uma língua estranha que ninguém compreende é um sinal clássico de possessão diabólica.

Continua...

            
Autor:Scott Gardner, do Seminário São Tomás de Aquino, Winona, Minnesota-EUA- Publicado pela THE ANGELUS PRESS- Março de 1998.
Fonte: http://permanencia.org.br/drupal/node/2235
Por: http://unicacoisanecessaria.blogspot.com.br/2013/02/a-renovacao-carismatica-catolica.html


Um comentário:

  1. GRUPOS RCCs CATÓLICOS?
    Satanás esforça-se para subverter os católicos alienando-os, mais ainda os de fé mal formados ou deformados por alguns sacerdotes e leigos apostasiados e da esquerdo-comunista Teologia da Libertação-TL, pelo espiritismo, mídia, etc., infestando ainda mais a Igreja de assedios e dissidências.
    Doutro lado, as seitas evangélicas quase todas pentecostais, dezenas de milhares dissensas entre si, similares a centros espíritas: "auês" histérico-coletivos, supostos exorcismos de maus espíritos para curas - o pastor ao enfermar-se não convoca outro para o exorcizar, vai ao médico; pessoas em aparentes transes etc., semelhantes a certos grupos hilariantes "auês" RCCs, rebeldes às normas da Igreja, falsos católicos.
    Até os protestantes tradicionais censuram os irmãos de fé pentecostalistas, tachando-os de "espíritas disfarçados de evangélicos"! Vejam bem: sectários acusando a irmãos de hereges...
    Há multis denuncias que Stálin e sucessores infiltram sistematicamente a Igreja desde a década de 30 de comunistas, como a TL aliada do PT, e mais sociedades secretas, como a maçonaria e protestantes, geradores de escândalos e dissensões internas e facilitadores da divulgação para a caluniar, como a TL atuando por meio de comunistas sacerdotes ensinando a doutrina da Igreja socializada nas paroquias, CEBs, CIMIs e CPTs, até em acampamentos do MST...
    Situação complexa: a Igreja sofre conspirações internas como dos RCCs autonomistas, espalhafatosos e emotivistas, podendo até confundir fenômenos psicológicos com dons do Espírito Santo; os grupos RCCs são válidos se devidamente orientados por eclesiásticos competentes, sob rígidas normas às reuniões; agindo fora das normas determinadas, são garantidamente protestantes pentecostais travestidos de católicos.
    S João da Cruz adverte que: quando a alma procura estas comunicações carismáticas abre a porta ao demonio.
    Dever-se-ia melhor objetivar a fé, ao invés de ficar à cata de dons especiais carismáticos individuais que sugeririam egoísmo, orgulho e (ou) o típico luteranismo subjetivista: fé prazeirosa, êxtases, experiências místico-divinas, etc. Sobre o "falar em línguas", diz S Paulo: 1 Cor 14,19: Mas numa assembléia, prefiro dizer cinco palavras com a minha inteligência, para instruir também os outros, a dizer dez mil palavras em línguas. E em 1 Cor 14,22:...as línguas são um sinal não para os que crêem, mas para os que não crêem. São dons individuais, de difícil detecção se provém de si ou do animador com o grupo reunido, aportando mais individualismo que partilha de dons; idem, exorta-nos em aperfeiçoar-se na caridade que é perene. Veja 1 Cor 12,31 e 13+.
    Restrições maiores ao "repouso no Espírito" em reuniões, por necessitar de "aprofundamento, estudo e discernimento"; quanto a exorcismos, atente-se ao cânon 1172, reservado ao Ordinário local ou seu preposto para discernir com perícia e objetividade o caso, jamais exercido por afoitos dirigentes RCCs. Rejeitem-se veementemente imposição de mãos em (ou) gestos de pedidos de curas simulando algo mágico ou ações similares comunicando dons, fluidos espirituais etc.; evitem-se termos como "batismo, ministério" e similares para não suporem ambiguidades com os sacramentos.
    Aliás, o S Padre Bento XVI em viagem a Benin, África, como noutras ocasiões, criticou as liturgias "atraentes": emotividades e manifestações ruidosas ou culturais às celebrações litúrgicas como anti eclesiais, instando-nos a um cristianismo "mais simples, profundo e compreensível", sob normas oficiais da Igreja, afirmando que tais manifestações sentimentalistas provêem de seitas pentecostalistas "aparentemente compreensivas e atraentes" mas são "sincretismo religioso e pentecostalismo protestante", advertindo-nos jamais os imitar; caso contrário, aparentaria sincretismo oriundo da própria Igreja praticado por aparentes membros, uns rebeldes cismáticos!

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