quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Canto litúrgico

Santo Tomás de Aquino

“O louvor pela voz é necessário para estimular a afeição humana para Deus. Por isso, qualquer coisa que seja útil para isso, é assumido convenientemente no louvor divino. Também é verdade que, segundo as diferenças das melodias, as pessoas são levadas a sentimentos diferentes. A essa conclusão chegaram Aristóteles e Boécio. Por isso, foi salutar a introdução do canto nos louvores divinos para que os espíritos mais fracos fossem mais incentivados à devoção. A respeito, escreve Agostinho: “Inclino-me a aprovar a prática do canto na Igreja para que, pelo deleite auditivo, as almas fracas se elevem em piedoso afeto”. E diz de si mesmo: “Chorei ouvindo os teus hinos e cânticos, profundamente emocionado pelas vozes de tua Igreja, que suavemente canta”!” (resp.)
“Deve-se dizer que os cantos espirituais [Cl III, 16] poderão significar não somente o que se canta interiormente, como também o que as palavras sonoras dizem externamente: assim a devoção é estimulada por esses cantos” (ad 1).

“Deve-se dizer que Jerônimo não condena absolutamente o canto, mas repreende aqueles que na Igreja cantam de modo teatral, não para excitar a devoção, antes para se exibirem e se deleitarem. Pelo que Agostinho diz: “Quando atendo mais à melodia do que ao significado das palavras cantadas, confesso que faço e devo me penitenciar: prefiro então não ouvir o cantar” ” (ad 2).

“Deve-se dizer que é mais excelente aumentar a devoção das pessoas pelo ensino da doutrina e pela pregação do que pelo canto. Por isso, os diáconos e os bispos, aos quais compete excitar as almas para a devoção a Deus, pelos ensinamentos doutrinários e pela pregação, não devem se dedicar aos cantos, para que por eles não descuidem das tarefas mais importantes (...) Gregório afirma: “É muito repreensível o costume dos diáconos de se dedicarem aos cânticos, pois a eles compete ofício da pregação e da distribuição das esmolas aos pobres”” (ad 3).

“Deve-se dizer, como ensina Aristóteles: ”Para ensinar não se deve usar flautas nem instrumentos semelhantes, como a cítara e outras, mas tudo que possa contribuir para os ouvintes serem bons”, até porque esses instrumentos musicais movem mais a alma para o deleite do que para a formação da boa disposição interior. No Antigo Testamento, usavam-se esses instrumentos, quer porque o povo era mais grosseiro e carnal, e por isso deviam ser estimulados por tais instrumentos, como também pelas promessas terrenas; quer porque, esses instrumentos materiais eram figurativos” (ad 4).

“Deve-se dizer que quando dá muita atenção ao canto para se deleitar, o espírito deixa de considerar as palavras cantadas. Mas, se a pessoa canta por causa da devoção, mais atentamente perceberá o sentido das palavras, porque demora-se mais nelas, e porque, como diz Agostinho: “Todos os afetos de nosso espírito, conforme a sua diversidade, descobrem modalidades próprias da voz e do canto com as quais se movem, por uma secreta familiaridade”. O mesmo se aplica aos que ouvem os cânticos, os quais, embora às vezes não entendam o que se canta, todavia, entendem a razão do canto, isto é, o louvor a Deus. E isto é suficiente para despertar a devoção” (ad 5).

(Suma Teológica, II-II, q.91, a.2)


Fonte

O preço da nossa redenção


São Tomás de Aquino

«fostes comprados por um grande preço» (1 Cor 6, 20)

A injúria ou sofrimento mede-se pela dignidade do lesado: sofre maior injúria o rei, se esbofeteado, do que sofreria alguma pessoa privada. Ora, a dignidade da pessoa de Cristo é infinita, pois é uma pessoa divina. Portanto, qualquer sofrimento seu, por menor que seja, é infinito. Por conseqüência, qualquer sofrimento seu seria suficiente para a redenção de todo o gênero humano, mesmo sem sua morte.

Diz S. Bernardo que a menor gota de sangue de Cristo bastaria para a redenção do gênero humano. Ora, Cristo poderia ter derramado uma única gota de seu sangue sem morrer, logo, era possível que, mesmo sem morrer, redimisse todo o gênero humano com algum sofrimento seu.

Para se efetuar uma compra, duas coisas fazem-se necessárias: o montante do preço e sua destinação para a compra. Se alguém dá um valor inferior ao da coisa que se quer adquirir, não se diz que houve compra, mas que houve compra em parte e doação em parte: por exemplo, se alguém comprar um livro que vale vinte libras com apenas dez, em parte comprou o livro e em parte, o livro lhe foi dado. Do mesmo modo, se desse um valor mais alto mas não o destinasse à compra do livro, não se poderia dizer que houve compra.

Se, portanto, tratamos da redenção do gênero humano quanto ao preço, qualquer sofrimento de Cristo, mesmo sem morte, seria suficiente, pela infinita dignidade da sua pessoa.

Se, porém, falamos quanto a destinação do preço, então é preciso dizer que os demais sofrimentos do Cristo não foram destinados por Deus Pai e pelo Cristo para a redenção do gênero humano sem sua morte.

E isto por tríplice razão:

1. Para que o preço da redenção do gênero humano não fosse apenas de valor infinito, mas também do mesmo gênero; isto é, para que fossemos redimidos da morte, pela morte.
2. Para que a morte de Cristo não fosse apenas preço da redenção, mas também exemplo de virtude, para que os homens não temessem morrer pela verdade. E estas duas causas são assinaladas pelo Apóstolo: «a fim de destruir pela sua morte aquele que tinha o império da morte» (Heb 2, 14), quanto ao primeiro ponto e «para livrar aqueles que, pelo temor da morte, estavam em escravidão toda a vida» (Heb 2, 15), quanto ao segundo
3. Para que a morte de Cristo fosse também sacramento de salvação; pois, em virtude da morte de Cristo, morremos para o pecado, para as concupiscências da carne e para o amor próprio. E esta causa está assinalada nas Escrituras: «também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados, ele, justo pelos injustos, para nos oferecer a Deus, sendo efetivamente morto segundo a carne, mas vivificado pelo Espírito» (1 Pd 3, 18).

E, por isso, o gênero humano não foi redimido sem a morte de Cristo.

Mas, permanece verdade que Cristo, que não apenas deu sua vida, mas ainda sofreu tanto quanto se pode sofrer, teria pago um preço suficiente pela redenção do gênero humano, ainda que a menor parcela de sofrimento tivesse sido divinamente destinada a este fim; e isto, por causa da infinita dignidade da pessoa do Cristo.

Quodl. II, q. I, a. II

(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Fotos da Missa Tridentina - Quarta-feira de Cinzas em Contagem/MG








E o combate começa!


Prezados amigos e leitores,
Salve Maria Imaculada!
 Por Rafael Horta

Implorando as graças de Deus e de Nossa Senhora, Auxilio dos Cristãos, pretendemos começar esse trabalho de apostolado e de combate por Deus e pela Igreja. Bem sabemos que Deus não tem necessidade de nós, de nossas ações, mas em seus desígnios insondáveis quis que o homem participasse de algum modo, em Suas obras.
O nosso combate será, sobretudo contra os inimigos de Deus e da Igreja, que infelizmente se instalaram dentro da própria Igreja. Contra o modernismo, o ecumenismo, o comunismo, a liberdade religiosa, doutrinas condenadas pela Igreja que triunfaram no Concílio Vaticano II.
Muito já foi escrito sobre esse assunto. Muitos bons católicos já escreveram e com muita propriedade mostraram e provaram que a atual crise de fé na Igreja tem sua origem no Concílio Vaticano II.
Queremos também dar nossa contribuição, sobretudo para Arquidiocese de Belo Horizonte, que está completamente abandonada e entregue a lobos rapaces, disfarçados em peles de ovelhas, que espalham doutrinas modernistas, comunistas; no decorrer dos artigos citaremos bispos, padres e leigos que por meio de doutrinas heréticas, por viva voz, por escrito e pelos meios de comunicação, tem espalhado a peste do relativismo e levados os fiéis, geralmente gente simples e de boa vontade, a perderem a fé.
Escreveremos uma série de artigos sobre a história do Concílio, seu desenvolvimento e a destruição que causou na Igreja Católica; sua repercussão na vida das paróquias e o drama que cada alma vive sobre essa tirania imposta pelos modernistas sobre o nome de “obediência”.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Quem somos nós e o que pretendemos?

Nós somos uma Associação Cultural, estamos encravados na cidade de Betim/MG, encontramos em total comunhão com a Igreja Católica Apostólica Romana e temos como primeiro escopo a promoção da Cultura Católica Tradicional na forma de Catecismos, artes, devoções populares legítimas, música, pintura, esculturas, literatura, línguas, e outros e para a consecução destes objetivos genéricos, delineamos objetivos específicos, tais como:


§1º. Difusão da cultura católica promovendo fóruns, aulas/palestras, seminários, retiros e outros métodos a fim de contribuir para a difusão da cultura católica tradicional;

§2º Propagar a obediência, submissão e devoção ao Sumo Pontífice, Legítimo Sucessor de Pedro, enquanto este estiver em comunhão com a Tradição Apostólica, bem como apoiar a ação do Romano Pontífice em seu combate contra os erros de nosso tempo;

§3º. Obediência aos Veneráveis Bispos, legítimos sucessores dos Apóstolos que estão em total comunhão com a Roma Eterna e não com a Roma Modernista;

§4º. Estudo e divulgação do latim, língua oficial da Santa Madre Igreja Católica;

§5º. Combater a Missa Nova fabricada por Paulo VI e combater último Concílio, a saber, o Vaticano II;

§6º. A divulgação e a fomentação da devoção à Santa Missa Tridentina e da celebração dos Sacramentos na forma tradicional, como sempre foram celebrados;

§7º. Espalhar a Devoção ao Santo Rosário;

§8º. Recorrência aos Sacramentos para a manutenção da vida na graça de Nosso Senhor;

§9º. Fundamentar uma sólida catequese sobre o Santo Sacrifício da Missa e propagação da Sã Doutrina Católica à Luz das Letras Sagradas e da Tradição;

§10º. A expansão da devoção filial a Beatíssima Virgem Maria, Mãe de Deus;

§11º. Oração piedosa por todos os cristãos vivos e mortos;

§12º. Defender a família católica, seu aumento e santificação;

§13º. Estudo dos documentos dos papas e da História da Igreja;

§14º. Promover adoração ao Santíssimo Sacramento;

§15º E, sobretudo, defender e propagar a fé católica inviolada conforme recebemos dos apóstolos.

Quem quiser se juntar à nós em defesa dos objetivos traçados acima, é só deixar um recado na parte de comentário.

Reuniões/palestras/aulas sobre a sitação atual da Igreja

Prezados amigos,

Salve Maria!

Todas as sextas feiras, temos reunião/aula/palestras para tratarmos da crise atual da Igreja no Brasil e no mundo.
Para as reuniões utilizamos o Catecismo Romano, encíclicas papais e alguns livros que trata da Missa Nova (de Paulo VI), do Concílio Vaticano II, liberdade religiosa, ecumenismo, modernismo, comunismo, protestantismo e etc.

Àqueles que quiserem fazer parte das reuniões semanais, entre em contato pelos comentários e deixe o e-mail que entraremos em contato para repassar o endereço.

No mais, reze por todos nós!
Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos, rogai por nós!

In Iesu et Maria!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Os excomungados de Betim/MG

“Eles [os arianos], então, possuem os templos. Vós, em contrapartida, a tradição da Fé apostólica. Eles, consolidados nesses lugares, estão na verdade à margem da verdadeira Fé, enquanto vós, que estais excluídos dos templos, permaneceis dentro dessa Fé. Confrontemos pois que coisa é mais importante, o templo ou a Fé, e ficará evidente que é mais importante a verdadeira Fé. Portanto, quem perdeu mais, ou quem possui mais, o que retém um lugar, ou o que retém a Fe? O lugar certamente é bom, suposto que ali se pregue a Fé dos Apóstolos; é santo, se ali habita o Santo. Vós sois os ditosos que pela Fé permaneceis dentro da Igreja, descansais nos fundamentos da Fé, e gozais da totalidade da Fé, que permanece não confusa. Por tradição apostólica ela chegou até vós, e muito freqüentemente um ódio nefasto quis deslocá-la, mas não conseguiu; ao contrário, esses mesmos conteúdos da Fé que eles quiseram deslocar os destruíram a eles. É isto, com efeito, o que significa afirmar: ‘TU ÉS O FILHO DO DEUS VIVO’. Portanto, ninguém prevalecerá jamais contra vossa Fé, meus queridos irmãos, e, se em algum momento Deus lhes devolver os templos, será preciso o mesmo convencimento: a Fé é mais importante que os templos.” [1]


Prezados amigos,
Salve Maria!

Mais uma vez escrevemos com aquela costumeira indignação a respeito da posição dos padres de Betim. Antes de continuar a minha missiva, é preciso esclarecer algumas coisas:

1º. Esta oposição é plenamente legítima e necessária tendo em vista que quem nos dá autorização para tê-la é o Novo Código de Direito Canônico, promulgado pelo Papa João Paulo II em 1983. [2]
2º. É preciso, antes, obedecer a Deus do que aos homens [3] e não estamos tratando das pessoas em si e sim das suas atitudes;

3º. Não nos é uma posição de revolta ou mesmo de rebeldia contra o clero local, apenas estamos exercitando um direito posto pela própria Hierarquia da Igreja;

É preciso esclarecer também que o que queremos, apenas, é ser católico e levar às pessoas a serem católicas e para fazer isso, estamos encontrando alguns empecilhos.

Também, caros leitores, antes de começar a delinear o que realmente nos aflige e o título desta postagem é preciso refrescar a memória e situar-los no tempo e no espaço.

Estamos encravados em Betim/MG, onde começamos a nos organizar desde há algum tempo para termos Missas na forma extraordinária do rito romano conforme Motu Proprio Summorum Pontificum [4] do Papa Reinante de 14/07/2007 e Instrução da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei [5] de 13/05/2011, entretanto, todos os padres desta cidade, contrariado estes dois documentos papais se negaram em por em prática o que neles contém.

Nisso, empreendemos uma verdadeira batalha a fim de ver satisfeitos os dois documentos acima citados. Conseguimos uma única missa aqui nesta cidade e para isso acontecer tivemos que suplicar o empréstimo de uma capela em novembro de 2011 onde os presentes, após a Missa nos deixaram encarregados da freqüência desta missa ao menos duas vezes por mês. Muita gente compareceu, infelizmente, isso não foi do agrado dos padres daqui.

Depois disso, iniciamos uma catequese popular na paróquia de um padre que nos permitiu catequisar os seus paroquianos e fazermos missões nas casas, entretanto, alguns não conseguiram suportar alimento sólido porque estão acostumados a tomar leite, porque ainda são carnais [6]. Os que não gostaram do discurso dizendo ser muito duro se retiraram e não mais quiseram saber das Palavras do Salvador. [7]

Tinha dentre eles, muitos interessados em ser católicos de verdade, todavia, a maioria não queria saber de conversão porque isso lhes comprometeria pela vida toda.

Estivemos num bairro desta cidade a fim de continuar as missões que tínhamos estabelecido com o pároco, entretanto, de lá a nossa atitude foi de sacudir o pó das nossas sandálias a mando do Senhor [8].

Mas, o que mais nos surpreendeu foi a última notícia que recebemos nesta quinta-feira. Antes, deixa-me explicar:
Aqui em Betim, as paróquias são divididas em foranias. São duas foranias para a cidade: Forania Nossa Senhora do Carmo e forania Nossa Senhora da Conceição. Os padres destas duas foranias se reúnem uma vez por mês e na reunião deste mês, os padres, unanimemente, decidiram nos proibir de executar qualquer tipo de trabalho em toda a cidade. Estamos praticamente excomungados de Betim. Disseram ainda que nesta cidade não terá Missas na forma extraordinária do Rito Romano, contrariando claramente às ordens do Sumo Pontífice.

Antes de qualquer coisa é preciso esclarecer mais algumas coisas:

1º. As foranias não são instituições divinamente erigidas, tampouco canonicamente, são apenas grupos de paróquias organizadas dentro de uma diocese;

2º. Não estamos obrigados a nos curvar ante à nenhuma decisão de reuniões de forania;

3º. Estamos obrigados a estar em comunhão com os padres que estão em comunhão com o bispo e este em comunhão com o Sumo Pontífice;

4º. Quer agrade, quer desagrade [9], NÃO vamos cessar os nossos trabalhos de catequeses e tampouco deixar de lutar pela implementação da Santa Missa no rito pré-conciliar nesta cidade e em todas as cidades desta Arquidiocese, porque assim o Sumo Pontífice nos autorizou pelos documentos citados nesta missiva;

5º. Como já dissemos, o que pretendemos é ser plenamente católicos e levar àqueles que amamos também a sê-lo, entretanto, os padres desta cidade estão nos impedido de assim fazer.

É uma pena ver que àqueles que, teoricamente, foram ordenados a fim de defender a fé católica fazem pouco caso da mesma e proíbem àqueles que querem ensinar o que a Igreja sempre ensinou.

As nossas orações são pela conversão do clero de toda a Igreja que estão distantes da Tradição Apostólica. Rezemos à Virgem Auxílio dos Cristãos para que nos ajude nesta batalha que está apenas no início.

Betim, 25 de fevereiro de 2.012.

Associação Cultural “Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos”

Notas:

[1] Santo Atanásio, Patrologia Grega, tomo 26, col. 118/90.
[2] Cânon 212:
§ 1. (in omissis)
§ 2. Os fiéis têm o direito de manifestar aos Pastores da Igreja as próprias necessidades, principalmente espirituais, e os próprios anseios.
§ 3. De acordo com a ciência, a competência e o prestígio de que gozam, tem o direito e, às vezes, até o dever de manifestar aos Pastores sagrados a própria opinião sobre o que afeta o bem da Igreja e, ressalvando a integridade da fé e dos costumes e a reverência para com os Pastores, e levando em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas, dêem a conhecer essa sua opinião também aos outros fiéis. (grifos meus)
[3] At. V,29.
[4]http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/motu_proprio/documents/hf_ben-xvi_motu-proprio_20070707_summorum-pontificum_lt.html
[5]http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_commissions/ecclsdei/documents/rc_com_ecclsdei_doc_20110430_istr-universae-ecclesiae_po.html
[6] 1Cor. III,2 e Heb. V,12-14.
[7] S. João VI,60.
[8] S. Mt. X,14.
[9] II Tim. IV,2








sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Aos padres de Betim e da Arquidiocese de Belo Horizonte

O papa São Pio X, na encíclica Pascendi Dominicis Gregis já nos alertava que,
 os fautores do erro já não devem ser procurados entre inimigos declarados; mas, o que é muito para sentir e recear se ocultam no próprio seio da Igreja, tornando-se destarte tanto mais nocivos quanto menos percebidos”; e que

“muitos membros do laicato católico e também, coisa ainda mais para lastimar, a não poucos do clero que, fingindo amor à Igreja e sem nenhum sólido conhecimento de filosofia e teologia, mas, embebidos antes das teorias envenenadas dos inimigos da Igreja, blasonam, postergando todo o comedimento, de reformadores da mesma Igreja; e cerrando ousadamente fileiras se atiram sobre tudo o que há de mais santo na obra de Cristo, sem pouparem sequer a mesma pessoa do divino Redentor que, com audácia sacrílega, rebaixam à craveira de um puro e simples homem”; e ainda

“os mais perigosos inimigos da Igreja. Estes, em verdade, como disseram, não já fora, mas dentro da Igreja, tramam seus perniciosos conselhos”;

Infelizmente, como dizia o Santo Padre, os piores inimigos da Igreja se encontram, ocultos dentro Dela; fingindo amor e zelo, destilam suas doutrinas cheias de veneno e heresias.
Não é difícil ver nem ouvir, da boca de quase a totalidade dos bispos do Brasil e dos padres de nossas paróquias as heresias condenadas pela Igreja: modernismo, comunismo, ecumenismo e liberdade religiosa.

Tomam atitudes contrárias a Sagrada Doutrina e contra a Sagrada Tradição. Desprezam, sem nenhum constrangimento, toda a Sagrada História da Igreja. Rejeitam os mandamentos de Nosso Senhor e da Igreja e ensinam novidades heréticas, panteísticas, como as Campanhas da Fraternidade, onde se preocupam com a água, a Terra, o ar, a saúde pública e não lembram aos fiéis que é preciso, acima de todas as coisas, amar a Deus e fazer Sua vontade, que é preciso que levem uma vida santa, odiando o mundo e suas pompas por que “quem se faz amigo do mundo se torna inimigo de Deus” , que precisam se confessar regularmente e defender sua fé; se esquecem que a principal ocupação de um bispo e um sacerdote é zelar pela glória de Deus e pela salvação das almas.

O próprio papa Bento XVI, na carta que enviou aos bispos do Brasil por ocasião da CF/2012, deu um tapa de luva nos discursos comunistas ao lembrar que “o que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se vier perder a alma?” Para ver toda a carta do Santo Padre aos bispos do Brasil clique aqui.

E o que dizer dos padres, que na maioria das vezes, são escândalos para os fiéis? Além de costumes que são reprováveis mesmo entre simples leigos, dão pouco, ou nenhum testemunho da vida de Nosso Senhor, que foi pobre, casto e obediente.

Na cidade de Betim, como em quase todo arquidiocese de Belo Horizonte em Minas Gerais, os padres permitem que se faça tudo em suas igrejas: cristotecas, missas afros, sertanejas, encontros ecumênicos como no convento franciscano desta cidade.

Mas se se quer ensinar o catecismo católico e celebrar a Missa no Rito Tridentino eles não permitem, dizem que não podem “romper com a comunhão” da forania e da cidade. Promovem tudo que é repreensível e proíbem o que é católico.

A verdadeira comunhão católica é a comunhão que se deve ter com o Santo Padre e com os bispos e sacerdotes em comunhão com a Santa Sé. Nós não devemos ter comunhão com padres nem bispos que ensinam heresias e deixam os fiéis desamparados e abandonados.

Nosso Senhor criou a Igreja Católica com uma hierarquia. O Papa, os bispos e os padres. O Papa, chefe supremo e visível da Igreja, Vigário de Cristo na Terra, nosso grande pastor; os bispos, sucessores dos apóstolos, cada um responsável por uma Igreja particular, que governa com submissão ao Santo Padre e os sacerdotes que representam os bispos em cada paróquia.

Sendo assim, o bispo tem a autoridade máxima em sua diocese e o padre em sua paróquia e falam em nome da Igreja. Respondam-nos senhores padres de Betim e da Arquidiocese de Belo Horizonte: a CNBB tem autoridade para falar em nome da Igreja? As foranias falam em nome da Igreja? Se a resposta dos senhores é sim, quem lhes concedeu essa autoridade? São instituições hierárquicas instituídas por Nosso Senhor? Certamente não.

Portanto não obedecemos a CNBB e nem as Foranias! Obedecemos e somos submissos primeiro a Deus, por que “convém antes obedecer a Deus que aos homens”, e ao Santo Padre, quando fala em fé e moral; aos bispos e sacerdotes em comunhão com ele.

Rejeitamos e desobedecemos a qualquer bispo e sacerdote que não estiver em comunhão com a Santa Sé Apostólica, todo e qualquer bispo e sacerdote que ensine, por palavras e por escrito, contra a doutrina e moral católica, de tradição bi-milenar; desobedecemos a todos que pregam e defendem o modernismo, o comunismo, o ecumenismo e liberdade religiosa e todos aqueles que “se fazem inimigos da Cruz de Cristo”.

E junto com são Jerônimo dissemos: “Ser-me-á suficiente responder que jamais poupei os hereges e que empreguei todo meu zelo em fazer dos inimigos da Igreja meus inimigos pessoais”.

Queremos e precisamos ser católicos por que “fora da Igreja não existe salvação”, e procuraremos, ajudados pela graça de Deus, levar mais almas a serem católicas e aderirem a Nosso Senhor, repudiando todo modernismo, comunismo, ecumenismo e liberdade religiosa, que infelizmente impregnaram a alma de grande parte do episcopado e do clero brasileiro.

Na festa de São Matias, apóstolo e Mártir

Contagem, 24 de fevereiro de 2012