sexta-feira, 11 de maio de 2012

Eu gasto o meu latim, sim, senhor!

             Para aqueles que são contrários a Missa Tridentina, por diversos motivos, entre eles o latim, ai vai este ótimo texto do Pe. João Batista Reus, S.J, sobre a língua litúrgica. Mas, como os hereges geralmente são obstinados em sua ignorância e maldade, dizem que nenhum argumento é lógico, válido ou lícito e mesmo se Nosso Senhor lhes aparecesse dizendo o contrário do que dizem não acreditariam. A esses, clérigos e leigos, resta nossa oração.

AS SANTAS PALAVRAS*
ORIGEM DAS LÍNGUAS LITURGICAS


            No principio da Igreja nenhuma língua fora proibida para a Liturgia nem por Nosso Senhor nem pelos Apóstolos. Jesus Cristo celebrou a primeira Missa no cenáculo provavelmente em língua aramaica, que era o idioma popular. Os Apóstolos ter-lhe-ão seguido o exemplo.
            Contato com os pagãos. Logo que se iniciou a evangelização dos pagãos, as línguas mais faladas, a latina e a grega, foram admitidas na Liturgia. Assim, as três línguas, em que estava escrito o titula na Santa Cruz, hebraica (aramaica), grega e latina, serviram a Liturgia.
            Contato com os conquistadores. No decurso dos séculos houve mudanças nacionais consideráveis. No Ocidente a migração dos povos causou a mistura de vários idiomas. A Igreja não podia continuamente mudar a sua língua Litúrgica em favor das línguas nascentes. No Oriente o Islamismo, com sua língua arábica, sufocou quase que completamente as línguas nacionais. De mais a mais, os povos que aceitavam a religião cristã, em geral não possuíam os termos necessários para exprimir os mistérios sublimes do cristianismo. A Igreja devia, portanto, guardar a sua língua Litúrgica própria, que uma vez para sempre tinha escolhido.
            A língua Latina
            O costume dos Apóstolos admitido unanimemente pelos liturgistas, de usar, na fundação das igrejas, a língua da região, portanto em Roma a língua latina. O costume da Igreja de não mudar a primeira língua Litúrgica. Não existe nenhum fato convincente, que no decurso do tempo por evolução se tenha mudado o idioma da Liturgia originária mesmo se depois de algum tempo a língua Litúrgica não era mais entendida.
         O fato da difusão da língua latina em todo Ocidente. Nestas regiões não existe nenhuma Liturgia antiga fora da latina.

A VANTAGEM DA LÍNGUA LATINA NA LITURGIA

            A língua litúrgica latina é:
·        Uma língua venerável. Pois é o produto do desenvolvimento histórico e secular, consagrada pelo uso multissecular.
·        Uma língua estável. A Igreja conserva-a por saber que as suas palavras são a expressão fiel da fé católica. Tal certeza não teria com traduções continuamente reformadas e adaptadas à língua viva.
·        Língua Fixa. A língua latina é muito aperfeiçoada, com termos próprios, formados pela legislação Romana.
·        Língua misteriosa e santa. É convicção geral que, para um ato tão santo como a Missa, a língua cotidiana é menos conveniente. Os hereges, faltos de respeito de Deus, introduzem logo a língua vulgar na Liturgia. Existe o perigo de serem abusadas pelo povo baixo as palavras que contém os divinos mistérios.
·        Língua unitiva. A diversidade das línguas separam os homens, a língua comum une-os. A língua latina une as igrejas particulares entre si e com Roma. 97% dos católicos tem a Liturgia a língua latina.
·        Língua civilizadora. Todos os membros do clero devem aprender latim, e por isso podem aproveitar para sua formação esmerada os autores clássicos antigos e a doutrina profunda dos Santos Padres da Igreja.
·        Língua internacional. Não só clero entende a língua latina, mas também os leigos a cultivam e empregam, por exemplo, na medicina, física e mesmo o comércio.
Mas, dizem, o povo não entende nada da Missa. Responde-se: A Missa é uma ação, não um curso de instrução religiosa. No Calvário não havia explicações. O altar é um Calvário. Todo o cristão sabe o que significa: imolar-se.
*Pe. João Batista Reus, S.J – Curso de Liturgia – Editora Vozes, 1952, 3° Ed. Pag 52 e 53

Um comentário:

  1. Se citarem aquele trecho do documento do CV II - Sacrosanctum Concilium - que declara abertamente que o latim é o idioma da liturgia [para aqueles que acham que o CV II revogou tudo que a Igreja ensinou antes], convencerá ainda melhor [sem chance de defesa]. Insisto que não basta argumentar com modernistas com base nos documentos antigos da Igreja [eles acreditam que o que é novo é melhor e mais válido]; é preciso questionar as próprias bases deles (CV II) e comparar com documentos mais antigos.

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