quinta-feira, 27 de setembro de 2012

"Servo bom e fiel, vem regozijar-te com o teu Senhor."

O fiel servo de Deus e da Virgem Santíssima!

 

Por Élida Lopes



Padre Ernesto J. Cardozo

"Se eu me encontrasse - dizia o Santo Cura d'Ars - com um Sacerdote e com um Anjo, saudaria primeiro o Sacerdote, e depois o Anjo... senão tivéssemos o Sacerdote, de nada nos valeria a Paixão e a Morte de Jesus... Para que serviria um escrínio cheio de jóias de ouro, se não houvesse alguém para abri-lo? O Sacerdote é que tem a chave dos tesouros celestes.

A venerável Catarina Vannini via, em êxtase, os Anjos que, durante a Missa, circundavam as mãos do Sacerdote e as sustentavam no momento da elevação da Hóstia e do cálice. Poderemos imaginar com que respeito e afeto a Venerável beijava aquelas mãos?

Santa Edwirges beijava as mãos do sacerdote com suma devoção, tratando-os com a mais distinta honra. Ouvia-se como ela dizia comovida a cerca dos padres: "Bendito seja quem fez Jesus descer do Céu e O deu a mim."

São Pascoal Baylon disse certa vez que era devoto das mãos consagradas do sacerdote e exclamou: “primeiro o sacerdote, depois o anjo”.

"Cada vez que virdes um Sacerdote - ensinava o Santo Cura d'Ars - pensai em Jesus."

Santa Catarina de Sena e Santa Teresa de Jesus beijavam a terra onde tivesse passado um Sacerdote.

Santa Verônica Giuliane, certo dia, tendo visto o Sacerdote subir pela escada do mosteiro para ir levar a Santa Comunhão às enfermas, ajoelhou-se ao pé da escadaria, e foi subindo de joelhos pelos degraus, beijando-os um por um, e banhando-se com lágrimas de amor

"O Sacerdote, ou é um Santo, ou é um demônio." Dizia Padre Pio

"Quem é que faz Jesus descer às hóstias? Quem é que o coloca em nossos sacrários? Quem é que o oferece às nossas almas? Quem é que purifica os nossos corações, para que possamos receber a Jesus?

É O Sacerdote: “Ministro do Tabernáculo"(Hbr.13,10)
                             “Ministro da Reconciliação"(2Cor.5,18),
                             "Dispensador dos mistérios Divinos"(1Cor.4,1).

S. João Bosco dizia que: "Um Padre, ao Paraíso ou ao inferno nunca vai sozinho: vão sempre com ele almas em grande número, ou salvas pelo seu santo ministério e com o seu bom exemplo, ou perdidas pela sua negligencia no cumprimento dos próprios deveres e pelos seus maus exemplos."


Tendo em vista as inúmeras declarações a cerca dos sacerdotes que fizeram os grandes Santos, me senti motivada a falar sobre um sacerdote em especial que me deu a honra de conhecê-lo e saber, enfim, o que é ser um SACERDOTE, pois até então eu não sabia. Falo na condição de pecadora, que viu a Salvação entrar em sua casa!

Lembrei-me agora das Sagradas Escrituras, mais precisamente São Lucas 19, 1-6:

“1. Jesus entrou em Jericó e ia atravessando a cidade 2. Havia aí um homem muito rico chamado Zaqueu, chefe dos recebedores de impostos 3.Ele procurava ver quem era Jesus, mas não o conseguia por causa da multidão, porque era de baixa estatura 4.Ele correu adiante, subiu a um sicômoro para vê-lo, quando passasse por ali. 5.Chegando Jesus àquele lugar e levantando os olhos, viu-o e disse-lhe: ‘Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa’.6.Ele desceu a toda a pressa e recebeu-o alegremente.”

Foi exatamente assim que me senti: a salvação estava chegando à minha casa! Não tão rica quanto Zaquel, mas quem sabe, até mais miseravelmente pecadora. Passei um ano ouvindo falar de um certo sacerdote e de como ele era sábio, humilde e valente. Mas sempre que pensava em sua vinda à minha cidade, sentia um desconhecido medo! Até que, por insistência de uma grande amiga que o conhece bem e que tem um carinhoso apelido de secretária (dado pelo próprio Padre), decidi “ver pra crer”.

E em 21 de Setembro deste ano, desembarca neste solo quente o Sacerdote a quem eu “temia”: Padre Ernesto Javier Cardozo. Já no aeroporto senti minhas pernas tremerem, pois não parava de pensar na Missa, estava com muita saudade de Jesus Eucarístico e também tinha a intenção de batizar minha filha mais nova e fazer a Primeira Eucaristia da mais velha, rezei muito nessa intenção e nada poderia sair errado!

Quando vi aquele homem de quase dois metros, vestindo uma Batina marrom, me deu mais medo ainda. Não sabia se beijava sua mão e ou se lhe dava um abraço, tamanha era minha felicidade. Apresentamos-nos (eu e os membros do Apostolado) e fomos direto ao hotel onde ele ficaria hospedado. Em seguida levei-o para comer um lanche e perguntei se ele queria descansar e para minha surpresa ele disse: “Não, não podemos desperdiçar tempo!” com aquele sotaque “portunhol.” Ao adentrar o local escolhido para o lanche, todas as pessoas estavam a fitar- lhe, mas ele seguia com a cabeça tão erguida que parecia que sua batina era uma bandeira da qual ele se orgulhara muito de carregar. Foi aí que eu pensei: “este sacerdote não é qualquer sacerdote!”

Terminado o lanche seguimos até a minha casa, ele sentou-se calmo e sereno. Calado, passou a maior parte do tempo e nos observar. Fizemos perguntas, falamos de nós, falamos do Apostolado, das nossas perseguições e muitas outras coisas. Chegou a noite e não tínhamos nos preparado para a Santa Missa, não tínhamos chamado ninguém, pois não sabíamos se ele chegaria cansado. Mas ele nos admoestou a não ficar sem a Missa e que não tinha importância se fossemos apenas nós quatro a participar.

Preparamos tudo. Nossa! Como ficou lindo aquele altar. Como brilhava... Como reluzia. E as vestes da Missa? Pareciam tecidas e fiadas com mais nobre tecido e na verdade eram simples, simples... Confessamos-nos! Que confissão belíssima!

Tudo pronto para a Missa, ele disse: “Um canto bonito da Virgem!” Ninguém sabia cantar, pois o nervosismo era tanto que não saia uma palavra. Ele deu início e aos poucos o acompanhamos. Chegou a homilia e ele nos falou uma parábola dos 3 anjinhos que queriam deixar o céu e conhecer a terra, de repente vi escorrer dos seus olhos lágrimas... Ele se emocionou ao falar que o que mais agradava a Deus eram as lágrimas de um pecador arrependido. Foi a Missa mais linda que já assisti em toda minha vida, melhor ainda por ter sido dentro da minha casa. A Hóstia parecia um Sol a iluminar a minha sala...

No segundo dia fui pegá-lo no hotel no horário marcado para o almoço, minha casa estava cheia, todo mundo queria falar com ele, tirar duvidas e ser catequizado. Era visível o cansaço em seus olhos, mas ele se punha à disposição devido a sede de aprender do povo ao seu redor. Aqui se deu um fato intrigante. Estava entre os presentes um casal simpatizante do espiritismo, que ‘volta e meia’ falavam nas “proezas” desta seita entre outras coisas. Depois de muito falarem e ficarem espantados diante das respostas que o Padre lhes davam, fizeram a seguinte pergunta:

“Mas Padre, como pode o espiritismo ser ruim se ele proporciona tanto bem e tanta paz de espírito às pessoas, além fazer tanta caridade?”

Ele responde com uma simplicidade de um menino:

“Se Deus abriu sua boca para amaldiçoá-lo, tudo que vier dele, mesmo que seja para fazer o ‘bem’, não presta! Você ousaria duvidar?”

Eles empalideceram! Não tinham argumentos. O engraçado é que eles diziam um ao outro que não conseguiam levantar da cadeira para irem embora, apesar de precisarem, por causa dos seus compromissos. No fim da tarde houve a confissão da minha filha e partimos para visitar uma criança enferma que precisava complementar o Batismo. Nestes dias meus olhos punham-se a chorar de incontrolavelmente...

Chegando à casa da criança, vimos que se encontrava sob efeitos de fortes remédios, estava, pois, num sono profundo. O Padre conversou alguns minutos com a mãe e pediu que pegássemos a mala para que ele pudesse fazer o Sacramento da Unção dos enfermos, visto que a criança corria o risco de morrer em um dos seus ataques cerebrais. À medida que o Padre ia fazendo o exorcismo, aconteceu uma coisa intrigante, a menina pôs-se a sorrir serenamente e por duas vezes, como se estivesse sentindo alívio. Todos que estava à sua volta puderam testemunhar! Foi muito emocionante...

Partimos daquela casa e fomos celebrar a Missa na casa dos meus pais, preparei tudo e convidei meus pais e meus irmãos para assistir (só um irmão se recusou, os outros foram). Antes da Missa ele voltou-se para as pessoas e ficou em silêncio por um certo momento, depois pegou no braço de um senhor que estava presente e disse:

“Percebi que queres me confessar algo”. E foi levando ele para o local preparado para a confissão. Pensei que ele fosse se recusar veementemente, como fazia com os padres modernistas, mas tamanha foi minha surpresa, ele não conseguia fazer nada. Aqui tem outro acontecimento intrigante: como o Padre Ernesto sabia que este senhor não se confessava há mais de 34 anos? (Lágrimas... Não pude me conter! Se este homem morresse naquele dia, seria um forte candidato a estar no céu). Confessou todos da casa, em seguida rezou a Missa.

Depois da Santa Missa deu a catequese e entre os ouvintes, uma jovem que se perdeu nos ensinamentos da TL aprendidos do curso de Filosofia da universidade local. Entre outras perguntas e reclamações, ela disse a ele que o que não gostava “nessa missa (Tridentina)” era o fato não conseguir “participar” de nada, pois não entendia nada em virtude do Latim. Padre Ernesto, sabiamente disse:

“Explique-me o Mistério da Santíssima Trindade! Você consegue? Para que você quer conhecer os Mistérios da Santa Missa? A partir do momento que uma pessoa quer desvendar um mistério de Deus, ela ROMPE COM A SUA FÉ!”


Ela pôs-se a chorar profundamente! Ficou maravilhada com o Padre e disse que nunca tinha visto um homem assim, NUNCA tinha sentido tamanha PAZ, tal qual era a que ele trazia consigo e se dispôs a conhecer a Tradição. Antes, essa moça era uma grande perseguidora do Apostolado que eu participo, todos do Apostolado ficaram admirados com a mudança repentina dela em querer saber o que nós sabemos.


No dia seguinte, assim que o Sol nasceu, fui preparar o almoço, pois era um dia muito especial: os Sacramentos das minhas filhas! Fui pegar o Padre para almoçar e novamente a casa se encheu e o povo pôs-se a ouvir a catequese. Cai a noite e é chegada a hora da Santa Missa, conseguimos reunir mais de 20 pessoas, o que pra nós foi uma grande graça, visto que, não divulgamos oficialmente. Nem preciso dizer que a Missa foi linda, como sempre, mas esta foi especial por demais, pois era a primeira vez que minha filha iria receber Nosso Senhor Sacramentado. Oh, que alegria! Muitas lágrimas rolaram do meu rosto em sinal de agradecimento...

Como não podia deixar de ser, aqui também aconteceu um episódio intrigante. Um senhor que levava uma vida de bebedeiras e promiscuidade, estava presente. Aproximou-se do Padre (quando terminou a cerimônia do Batismo) e ficou à espera de uma bênção numa correntinha de ouro que usava costumeiramente. Ao vê-lo na fila da investidura do Escapulário o Padre perguntou se ele já tinha escapulário, ele balançou a cabeça num gesto negativo, então o Padre colocou a mão no bolso, puxou um novinho e deu ao citado senhor, pedindo que ele o tirasse do saquinho para benzer.

Depois da investidura, explicou como deveria ser usado o Escapulário do Carmo a todos que estavam presentes, mas no final de sua frase, ele olhou para este senhor e disse:

“Nossa Senhora prometeu livrar do Purgatório as almas que usassem este escapulário devotamente e rezassem três ave-marias, mas com uma condição: que se mantivessem EM CASTIDADE”.

Como ele sabia sobre a vida deste homem? Eu não contei, não tive tempo de falar com ele, pois preferi deixar as pessoas tirarem suas dúvidas primeiro. Encontrei-o três dias depois e vi que ainda estava usando o escapulário.

No dia seguinte, aquele mesmo casal que se mostrava simpatizante do espiritismo ligou perguntando se o padre aceitaria batizar a filha deles, meu coração quase parou! Quanta Graça... Preparamos com grande alegria o altar e tudo para a cerimônia do Batizado, o Padre chegou às 19h e já se encontravam parentes que eram evangélicos, porém na deu tempo de avisarmos a ele (Padre) que teríamos “visita”.

Durante a homilia, aconteceu outra coisa “estranha”, o Padre falou sobre Nossa Senhora e a sua assunção ao céu, sem saber que tinha seis protestantes presentes. Começou a falar do menino Gi e da graça que recebeu ao ter a visão de Nossa Senhora que queria lhe confirmar que foi assunta ao céu pelas mãos dos anjos de Deus. Ao passo que a história ia chegando ao fim, o padre se virou para elas e disse:

“Antes de o menino Gi morrer, tiraram-lhe uma fotografia que tinha ao fundo a imagem do demônio aparentando uma profunda tristeza. Tristeza porque este menino tinha aumentando mais ainda a glória da Virgem Santíssima. (...) Então eu pergunto: COMO O DEMÔNIO ESTÁ VENDO VOCÊ, COM ALEGRIA OU COM TRISTEZA?”

Como ele sabia que estas seis mulheres eram protestantes e como tal não gostavam da Virgem?

No dia seguinte, nos deixou o Padre e foi atender outros filhos sedentos dos sacramentos e dos seus ensinamentos. Deixou minha casa e levou consigo o Filho de Deus Sacramentado. Levou consigo a beleza sobrenatural com que se referia a Virgem Santíssima. Não sei expressar o tamanho da minha dor e da minha saudade... Deixou-nos com lágrimas pedindo que perseverássemos que rezássemos muito em virtude da guerra que estamos travando. Chamou-me num canto e disse:

“Continue sendo uma boa mãe e uma boa esposa, persevere, você vencerá!” E foi embora nos abençoando.

Voltando pra casa em lágrimas, agradecia a Deus sem cessar pela tão grande graça. O Calvário se fez presente na minha sala... A Virgem, os Santos e os Anjos do céu estiveram em minha casa adorando ao Deus altíssimo. O Sangue do Senhor foi derramado em minha frente...

"Cada Sacerdote no altar deveria ser inteiramente identificado com Nossa Senhora, porque como por meio d'Ela é que nos foi dado esta Santíssimo Corpo, assim é pelas mãos dele que ele deve ser oferecido a nós", dizia São Boaventura. E São Francisco de Assis dizia que Nossa Senhora representa para todos os Sacerdotes um espelho para sua santidade, por causa da estreita proximidade, que há entre a Encarnação do Verbo no seio de Maria e a Consagração eucarística entre as mãos dos Sacerdotes.

Que homem é este meu Deus que fala da Virgem com lágrimas nos olhos? Que tem um zelo tão profundo pela Sagrada Eucaristia que expulsa da Missa quem se comporta como um daqueles que estava a zombar nos pés da cruz? Que homem é este que chora ao falar da Misericórdia do Deus Altíssimo? Que homem é este que cala e amordaça a boca blasfema? Que homem é este que ao passar, os demônios abrem caminho em forma de corredor e são obrigados a se ajoelhar diante de tamanha fidelidade e servidão? Que homem é este que agora é caçado como um animal em extinção? Quem é este servo Teu, Senhor Jesus que me foi dado a honra de oferecer minha casa, um leito para descansar seu corpo, oferecer alimento para saciar sua fome? Quem é este soldado com as vestes do combate? Com as armas em mãos e o grito mais forte do que o rugido de um leão? Quem é este homem que ao falar de ti Senhor, tem a voz mais doce do que o mel, que ao falar de Nossa Senhora tem as lágrimas mais nobres e mais comoventes que eu já vi?

Obrigada meu Deus! Obrigada... Assim como disse São Simeão, eu repito suas palavras: agora posso morrer em paz, pois o teu servo rasgou o véu que me cegava e mostrou-me a Vós. Paguei a minha dívida que há dois anos me tirava o sono, pois batizei minha filha e o teu servo trouxe o Vosso Preciosíssimo Corpo e ofereceu pela primeira fez a minha filha mais velha. O que aconteceu aqui não caberia nestas mal traçadas linhas, precisaria de muito tempo para explicar! O que os meus olhos viram escondidos pela fé, não tem explicação. Só sabe quem tem fé!

2 comentários:

  1. Você tem razão, este sacerdote não é qualquer sacerdote.

    É um zeloso e humilde sacerdote, que se preocupa com a defesa da Fé e da Verdade e também com as almas, que tanto são desprezadas atualmente.

    Rezemos por ele e para que Deus nos mande mais santos sacerdotes.

    Em união de orações,

    Carla

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