“Eles [os arianos], então, possuem os templos. Vós, em contrapartida, a tradição da Fé apostólica. Eles, consolidados nesses lugares, estão na verdade à margem da verdadeira Fé, enquanto vós, que estais excluídos dos templos, permaneceis dentro dessa Fé. Confrontemos pois que coisa é mais importante, o templo ou a Fé, e ficará evidente que é mais importante a verdadeira Fé. Portanto, quem perdeu mais, ou quem possui mais, o que retém um lugar, ou o que retém a Fe? O lugar certamente é bom, suposto que ali se pregue a Fé dos Apóstolos; é santo, se ali habita o Santo. Vós sois os ditosos que pela Fé permaneceis dentro da Igreja, descansais nos fundamentos da Fé, e gozais da totalidade da Fé, que permanece não confusa. Por tradição apostólica ela chegou até vós, e muito freqüentemente um ódio nefasto quis deslocá-la, mas não conseguiu; ao contrário, esses mesmos conteúdos da Fé que eles quiseram deslocar os destruíram a eles. É isto, com efeito, o que significa afirmar: ‘TU ÉS O FILHO DO DEUS VIVO’. Portanto, ninguém prevalecerá jamais contra vossa Fé, meus queridos irmãos, e, se em algum momento Deus lhes devolver os templos, será preciso o mesmo convencimento: a Fé é mais importante que os templos.” [1]
Prezados amigos,
Salve Maria!
Mais uma vez escrevemos com aquela costumeira indignação a respeito da posição dos padres de Betim. Antes de continuar a minha missiva, é preciso esclarecer algumas coisas:
1º. Esta oposição é plenamente legítima e necessária tendo em vista que quem nos dá autorização para tê-la é o Novo Código de Direito Canônico, promulgado pelo Papa João Paulo II em 1983. [2]
2º. É preciso, antes, obedecer a Deus do que aos homens [3] e não estamos tratando das pessoas em si e sim das suas atitudes;
3º. Não nos é uma posição de revolta ou mesmo de rebeldia contra o clero local, apenas estamos exercitando um direito posto pela própria Hierarquia da Igreja;
É preciso esclarecer também que o que queremos, apenas, é ser católico e levar às pessoas a serem católicas e para fazer isso, estamos encontrando alguns empecilhos.
Também, caros leitores, antes de começar a delinear o que realmente nos aflige e o título desta postagem é preciso refrescar a memória e situar-los no tempo e no espaço.
Estamos encravados em Betim/MG, onde começamos a nos organizar desde há algum tempo para termos Missas na forma extraordinária do rito romano conforme Motu Proprio Summorum Pontificum [4] do Papa Reinante de 14/07/2007 e Instrução da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei [5] de 13/05/2011, entretanto, todos os padres desta cidade, contrariado estes dois documentos papais se negaram em por em prática o que neles contém.
Nisso, empreendemos uma verdadeira batalha a fim de ver satisfeitos os dois documentos acima citados. Conseguimos uma única missa aqui nesta cidade e para isso acontecer tivemos que suplicar o empréstimo de uma capela em novembro de 2011 onde os presentes, após a Missa nos deixaram encarregados da freqüência desta missa ao menos duas vezes por mês. Muita gente compareceu, infelizmente, isso não foi do agrado dos padres daqui.
Depois disso, iniciamos uma catequese popular na paróquia de um padre que nos permitiu catequisar os seus paroquianos e fazermos missões nas casas, entretanto, alguns não conseguiram suportar alimento sólido porque estão acostumados a tomar leite, porque ainda são carnais [6]. Os que não gostaram do discurso dizendo ser muito duro se retiraram e não mais quiseram saber das Palavras do Salvador. [7]
Tinha dentre eles, muitos interessados em ser católicos de verdade, todavia, a maioria não queria saber de conversão porque isso lhes comprometeria pela vida toda.
Estivemos num bairro desta cidade a fim de continuar as missões que tínhamos estabelecido com o pároco, entretanto, de lá a nossa atitude foi de sacudir o pó das nossas sandálias a mando do Senhor [8].
Mas, o que mais nos surpreendeu foi a última notícia que recebemos nesta quinta-feira. Antes, deixa-me explicar:
Aqui em Betim, as paróquias são divididas em foranias. São duas foranias para a cidade: Forania Nossa Senhora do Carmo e forania Nossa Senhora da Conceição. Os padres destas duas foranias se reúnem uma vez por mês e na reunião deste mês, os padres, unanimemente, decidiram nos proibir de executar qualquer tipo de trabalho em toda a cidade. Estamos praticamente excomungados de Betim. Disseram ainda que nesta cidade não terá Missas na forma extraordinária do Rito Romano, contrariando claramente às ordens do Sumo Pontífice.
Antes de qualquer coisa é preciso esclarecer mais algumas coisas:
1º. As foranias não são instituições divinamente erigidas, tampouco canonicamente, são apenas grupos de paróquias organizadas dentro de uma diocese;
2º. Não estamos obrigados a nos curvar ante à nenhuma decisão de reuniões de forania;
3º. Estamos obrigados a estar em comunhão com os padres que estão em comunhão com o bispo e este em comunhão com o Sumo Pontífice;
4º. Quer agrade, quer desagrade [9], NÃO vamos cessar os nossos trabalhos de catequeses e tampouco deixar de lutar pela implementação da Santa Missa no rito pré-conciliar nesta cidade e em todas as cidades desta Arquidiocese, porque assim o Sumo Pontífice nos autorizou pelos documentos citados nesta missiva;
5º. Como já dissemos, o que pretendemos é ser plenamente católicos e levar àqueles que amamos também a sê-lo, entretanto, os padres desta cidade estão nos impedido de assim fazer.
É uma pena ver que àqueles que, teoricamente, foram ordenados a fim de defender a fé católica fazem pouco caso da mesma e proíbem àqueles que querem ensinar o que a Igreja sempre ensinou.
As nossas orações são pela conversão do clero de toda a Igreja que estão distantes da Tradição Apostólica. Rezemos à Virgem Auxílio dos Cristãos para que nos ajude nesta batalha que está apenas no início.
Betim, 25 de fevereiro de 2.012.
Associação Cultural “Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos”
Notas:
[1] Santo Atanásio, Patrologia Grega, tomo 26, col. 118/90.
[2] Cânon 212:
§ 1. (in omissis)
§ 2. Os fiéis têm o direito de manifestar aos Pastores da Igreja as próprias necessidades, principalmente espirituais, e os próprios anseios.
§ 3. De acordo com a ciência, a competência e o prestígio de que gozam, tem o direito e, às vezes, até o dever de manifestar aos Pastores sagrados a própria opinião sobre o que afeta o bem da Igreja e, ressalvando a integridade da fé e dos costumes e a reverência para com os Pastores, e levando em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas, dêem a conhecer essa sua opinião também aos outros fiéis. (grifos meus)
[3] At. V,29.
[4]http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/motu_proprio/documents/hf_ben-xvi_motu-proprio_20070707_summorum-pontificum_lt.html
[5]http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_commissions/ecclsdei/documents/rc_com_ecclsdei_doc_20110430_istr-universae-ecclesiae_po.html
[6] 1Cor. III,2 e Heb. V,12-14.
[7] S. João VI,60.
[8] S. Mt. X,14.
[9] II Tim. IV,2
Salve Maria, Viva Cristo Rei.
ResponderExcluirForça no combate.
Recomendo o site: www.defesacatolica.org
Pax et Bonvm