quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O Cristo sem rosto e o culto à feitura, em Betim/MG.

O Cristo sem rosto e o culto à feitura, em Betim/MG.


Geovanne Moreira.


“Restaurai-nos, Senhor, ó Deus dos exércitos; mostrai-nos serena a vossa face e seremos salvos”. (Sl 79,20)


Prezados amigos,

Salve Maria!

Os fiéis católicos da cidade de Betim/MG a cada ano que passa, são contemplados com um suposto presépio que é montado no largo da Igreja Matriz da Paróquia de Nossa Senhora do Carmo.

Trata-se de um horroroso conjunto de personagens anônimos que pretendem prefigurar a cena do nascimento do Divino Redentor. Conforme se denota das fotografias colacionadas abaixo, as esculturas feitas de barro querem representar o presépio do Menino Jesus.

Porque “horroroso conjunto de personagens anônimos”? Primeiro que, é horroroso porque não se encontra a beleza neles. Conjunto porque se amontoou imagens que não se identifica o seu contexto e anônimos porque simplesmente, as esculturas não têm rostos. É isso mesmo. As esculturas que, teoricamente, prefiguram o presépio do Menino Deus simplesmente não têm rostos. Depois do “deus sem religião” do Papa Bergoglio, agora é a vez do Cristo sem rosto.

A cultura do feio tem tomado o lugar do antigo “culto ao belo”. Hoje dá-se preferência às coisas que antigamente se desprezava pela sua falta de beleza e, consequentemente, causava pavor a quem tentasse contemplar.

Muitos dirão que o conceito de belo e feio é subjetivo e, portanto, o imperialismo do achismo deve ser conservado intacto. Para desmistificar esta tese de que o conceito de belo é subjetivo, antes, é preciso se esclarecer o que é feio e o que é o belo.

Santo Tomás de Aquino nos ensina que o belo é aquilo que agrada a visão (pulchrum est id quod visum placet). O senso de belo só pode ser apreendido pelo homem porque detém a racionalidade em si. Tendo vista que a afirmação de belo é uma ação racional e se faz pelo juízo de consciência, os animais irracionais não podem ter senso de beleza, embora tenham visão das coisas.

O filósofo Regis Jolivet diz que: “a beleza é objeto de inteligência ou de conhecimento intuitivo, enquanto resulta de condições que não são acessíveis, senão à inteligência. Essas condições são: a integridade do objeto, a proporção ou unidade na variedade, enfim, a clareza ou resplendor da inteligibilidade.” (Curso de filosofia. 20.ed. Rio de Janeiro: Agir, 1998, p. 338)

Pela integridade do objeto, deve-se entender o acabamento, a finalização da arte e as suas partes concatenadas.

A proporção trata-se da harmonia das partes.

A clareza - Santo Tomás de Aquino chama de claritas - que se é exigida advém da beleza do objeto deleitável. Assim como os olhos carnais necessitam de luz para que se contemple algo, da mesma forma, é preciso que a alma tenha uma centelha de luz que se reflete no objeto a ser contemplado como belo e dele provenha.

A beleza divina está, misteriosamente, presente na beleza das coisas, a priori na natureza e a posteriori nas artes.

            Santo Agostino diz que a beleza é um conjunto harmonioso, isto é, com a unidade, número, igualdade e ordem.

Para se ter um conceito de feio, sem adentrar nas questões filosóficas, basta negar ou contrariar tudo o que foi dito.

Pois bem, o conceito de beleza não pode ser subjetivo porque o belo se encerra na coisa em si e não nos olhos de quem se deleita no objeto. Se o objeto a ser contemplado possui uma proporção, integridade e a clareza em si mesmo, é belo, caso negativo, é feio.

Passemos a analisar as figuras que enfeitam (para não dizer enfeiam) a Matriz de Nossa Senhora do Carmo, em Betim/MG.

As figuras não tem face, não tem olhos, bocas, narizes, são anônimas. A suposta criança que se deita numa bacia de barro que me parece prefigurar o Menino Jesus está em condições piores aos animais constantes no presépio. Comparando as figuras, os animais têm mais feições e são mais expressivos que os personagens sagrados.

Os personagens carecem de integridade material, de proporção e clareza. Isso é inegável!

A feiura que se apossou da figura do Menino Deus no presépio da Igreja do Carmo parece-me querer transpassar justamente o modernismo reinante. Um menino sem origem, sem face, inexpressivo, um Cristo sem rosto, sem choro, sem riso e sem raiva. É o típico Cristo pintado pelos modernistas. Um Cristo, literalmente, moldado ao bel-prazer do homem moderno.

Enquanto que no Livro dos Salmos, o salmista suplica a Deus que nos mostre a sua face para sermos salvos, (Sl 79,20) as esculturas do suposto presépio da Igreja do Carmo de Betim/MG não tem face. Os seus idealizadores não querem saber da face divina, porque a face divina é face de Justiça, é face de punição, é face severa.

As Sagradas Escrituras nos dizem: “Porque Deus que disse: Das trevas brilhe a luz, é também aquele que fez brilhar a sua luz em nossos corações, para que irradiássemos o conhecimento do esplendor de Deus, que se reflete na face de Cristo”. (II Coríntios 4,6)

Agora Cristo não tem mais face. O Cristo inexpressivo criado pelos modernistas agrada a todos. Este falso cristo é aquele que foi previsto pelo Filho de Deus.

A face divina causa alegria nos justos que contempla, entretanto, não há mais faces a se contemplar: “Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, e me encherás de alegria com a visão de tua face (Sl 15,8-11)”. (Atos dos Apóstolos 2,28)

Na narrativa da Paixão do Cristo Católico o Texto Sagrado enfatiza as bofetadas e as cusparadas que Ele recebe no rosto, hoje, apagaram os rostos das imagens, esqueceram da face do Filho de Deus humilhada, ultrajada e injuriada pelos homens.

Enquanto que a Irmã Lúcia de Fátima quando vê a Virgem diz que Ela tem a face mais brilhante que o sol, a figura que supostamente simbolizaria a Virgem no presépio da Igreja do Carmo nem face tem.

É triste ver quanta gente que passa pelo centro da cidade pára para contemplar coisas tão estranhas e figuras não-católicas. É triste ver que o belo está sendo sepultado debaixo dos nossos olhos e triunfando o culto do feio. Que Deus e a Virgem nos ajudem a bem viver nesta vida, cumprindo os seus mandamentos para um dia, com a graça divina, contemplar a face de Deus.

“Eles sofrerão como castigo a perdição eterna, longe da face do Senhor, e da sua suprema glória”. (II Tessalonicenses 1,9)

Clique nas fotos para ampliá-las.













Nenhum comentário:

Postar um comentário