sexta-feira, 2 de março de 2012

Em Betim, encontro escandaloso no convento franciscano

Por Rafael Horta


Em Betim, o convento franciscano Santa Maria dos Anjos, localizado no centro da cidade vem promovendo alguns encontros ecumênicos escandalosos, contrariando e desprezando toda a História e Tradição da Santa Igreja.
Eles desejam uma sociedade mais justa e fraterna. Eles fazem tudo para que o homem se regozije neste “vale de lágrimas”. Esquecem-se que Nosso Senhor falou que “Seu Reino não é deste mundo”. E não ensinam aos fiéis que nós estamos somente de passagem por essa Terra e devemos nos esforçar para conquistar o Céu.
Na encíclica Mortalium Animos do Papa Pio XI, mostra, com uma clareza típica da ortodoxia católica, em que consiste o verdadeiro ecumenismo, a verdadeira unidade querida por Deus e ao mesmo tempo condena o sincretismo religioso, que mistura como numa salada, a Igreja de Cristo, os protestantes hereges e os cultuadores do demônio, por que sabemos como diz São Paulo, que os deuses dos pagãos são demônios.
Ora, isso é algo impossível de acontecer. Nos dizeres do mesmo São Paulo: “que comunhão pode haver entre Cristo e Belial? Que comunhão entre a luz e as trevas?” Logo, esses promotores desses encontros agem contra a vontade de Nosso Senhor e da Igreja. Passemos as palavras do Papa.
“Por isto costumam realizar por si mesmos convenções, assembléias e pregações, com não medíocre freqüência de ouvintes e para elas convocam, para debates, promiscuamente, a todos: pagãos de todas as espécies, fiéis de Cristo, os que infelizmente se afastaram de Cristo e os que obstinada e pertinazmente contradizem à sua natureza divina e à sua missão.”
E o Papa prossegue:
Estes esforços não podem, de nenhum modo, ser aprovados pelos católicos, pois eles se fundamentam na falsa opinião dos que julgam que quaisquer religiões são, mais ou menos, boas e louváveis, pois, embora não de uma única maneira, elas alargam e significam de modo igual aquele sentido ingênito e nativo em nós, pelo qual somos levados para Deus e reconhecemos obsequiosamente o seu império.”

“Erram e estão enganados, portanto, os que possuem esta opinião: pervertendo o conceito da verdadeira religião, eles repudiam-na e gradualmente inclinam-se para o chamado Naturalismo e para o Ateísmo. Daí segue-se claramente que quem concorda com os que pensam e empreendem tais coisas afasta-se inteiramente da religião divinamente revelada.”
O Papa, Vigário de Cristo na Terra, fala de maneira bem clara e inteligível, de modo que não resta dúvida que os católicos não podem promover, participar e nem aceitar  estes tipos de encontros que estão sendo feitos pelos franciscanos de Betim. Mas continuemos com a Voz do Papa.

Entretanto, quando se trata de promover a unidade entre todos os cristãos, alguns são enganados mais facilmente ainda por uma disfarçada aparência do que seja reto.

 “Acaso alguém ousaria afirmar que ama a Cristo se, na medida de suas forças, não procura realizar as coisas que Ele desejou, ele que rogou ao Pai para que seus discípulos fossem "um" ? Acaso não quis o mesmo Cristo que seus discípulos fossem identificados por este como que sinal e fossem por ele distinguidos dos demais, a saber, se mutuamente se amassem: "Todos conhecerão que sois meus discípulos nisto: se tiverdes amor um pelo outro?”

Debaixo desses argumentos se oculta um erro gravíssimo
“Esta iniciativa é promovida de modo tão ativo que, de muitos modos, consegue para si a adesão dos cidadãos e arrebata e alicia os espíritos, mesmo de muitos católicos, pela esperança de realizar uma união que parecia de acordo com os desejos da Santa Mãe, a Igreja, para Quem, realmente, nada é tão antigo quanto o reconvocar e o reconduzir os filhos desviados para o seu grêmio.”
A Igreja sempre desejou e lutou para que os hereges, cismáticos e protestantes voltassem para a união verdadeira. É preciso se converter e voltar para o lugar de onde não deviriam ter saído.

Mas esses homens, fautores do erro, negam e desprezam a Voz da Igreja e seguem seus caminhos próprios, do modo que lhes é mais cômodo e que seja “politicamente correto.”
E o Papa segue condenando os erros dos franciscanos de Betim.

 “Muitíssimos destes negam a necessidade da Igreja de Cristo ser visível e perceptível, pelo menos na medida em que deva aparecer como um corpo único de fiéis, concordes em uma só e mesma doutrina, sob um só magistério e um só regime. Mas, pelo contrário, julgam que a Igreja perceptível e visível é uma Federação de várias comunidades cristãs, embora aderentes, cada uma delas, a doutrinas opostas entre si.”

Mais uma vez o Papa diz que não é permitido aos católicos participarem e nem apoiar tal iniciativa.
 “Assim sendo, é manifestamente claro que, aos católicos, de nenhum modo é lícito aprovar ou contribuir para estas iniciativas: se o fizerem concederão autoridade a uma falsa religião cristã, sobremaneira alheia à única Igreja de Cristo.”
E mesmo o argumento da caridade é falso se não é fundamentado numa fé firme, clara e sólida.
 “Estes pancristãos, que empenham o seu espírito na união das igrejas, pareceriam seguir, por certo, o nobilíssimo conselho da caridade que deve ser promovida entre os cristãos. Mas, dado que a caridade se desvia em detrimento da fé, o que pode ser feito?”

“Ninguém ignora por certo que o próprio João, o Apóstolo da Caridade, que em seu Evangelho parece ter manifestado os segredos do Coração Sacratíssimo de Jesus e que permanentemente costumavas inculcar à memória dos seus o mandamento novo: "Amai-vos uns aos outros", vetou inteiramente até mesmo manter relações com os que professavam de forma não íntegra e incorrupta a doutrina de Cristo: "Se alguém vem a vós e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem digais a ele uma saudação" (2 Jo. 10).”

“Pelo que, como a caridade se apóia na fé íntegra e sincera como que em um fundamento, então é necessário unir os discípulos de Cristo pela unidade de fé como no vínculo principal.”
Mas, infelizmente esses padres e, além deles muitos outros, não aceitam o que o Papa ensina.
“Nem se pode admitir que as verdades que a Igreja, através de solenes decretos, sancionou e definiu em outras épocas, pelo menos as proximamente superiores, não sejam, por este motivo, igualmente certas e nem devam ser igualmente acreditadas: acaso não foram todas elas reveladas por Deus?”
 “Pois, o Magistério da Igreja, por decisão divina, foi constituído na terra para que as doutrinas reveladas não só permanecessem incólumes perpetuamente, mas também para que fossem levadas ao conhecimento dos homens de um modo mais fácil e seguro.”
Se vê claramente que grande parte do clero brasileiro segue a pratica uma doutrina que não é mais católica, mas sim, dos inimigos da Igreja que se infiltraram a fim de destruí-la e fazer perder as almas dos fiéis.
 “Assim, Veneráveis Irmãos, é clara a razão pela qual esta Sé Apostólica nunca permitiu aos seus estarem presentes às reuniões de acatólicos por quanto não é lícito promover a união dos cristãos de outro modo senão promovendo o retorno (a conversão) dos dissidentes à única verdadeira Igreja de Cristo, dado que outrora, infelizmente, eles se apartaram dela.”


Para concluir, na esperança que os padre de Betim voltem também a professar a fé católica, de São Francisco de Assis e de tantos santos franciscanos e repudiar as nocivas novidades, ouçamos Lactâncio:
 "Só... a Igreja Católica é a que retém o verdadeiro culto. Aqui está a fonte da verdade, este é o domicílio da Fé, este é o templo de Deus: se alguém não entrar por ele ou se alguém dele sair, está fora da esperança da vida e salvação. é necessário que ninguém se afague a si mesmo com a pertinácia nas disputas, pois trata-se da vida e da salvação que, a não ser que seja provida de um modo cauteloso e diligente, estará perdida e extinta" (Divin. Inst. 4,30, 11-12).”

Betim, 02 de março de 2012.

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