Agora deve aparecer
mais claramente a cada um por qual razão, à morte de Paulo VI, o Grão-Mestre do
Grande Oriente italiano (e ‘bispo’ da esotérica ‘igreja gnóstica’ na Itália)
Giordano Gamberini pode escrever, a guisa de elogio fúnebre ao Papa Montini: “Para nós é a morte daquele que fez cair a condenação de Clemente XII e de seus sucessores.
É, pois a primeira vez – na história da Franco-Maçonaria moderna – que morre o chefe da maior religião
ocidental sem estar em estado de hostilidade com os franco-maçons. [...] Pela
primeira vez na história, os franco-maçons podem render homenagem à tumba de um
papa, sem ambiguidades nem contradição.”1
De resto, a abertura
feita pelo Concílio Vaticano II aos “valores” do iluminismo e de “dois séculos de cultura liberal” com a
política da mão estendida para a Franco-Maçonaria, que é sua guardiã e a
representante mais importante, tinha sido programada com alguma antecedência. É
o que nos ensina o celebre religioso P. Rosário Espósito (abertamente
pro-maçon), que em uma carta enviada ao Grão-Mestre Gamberini e publicada na Rivista Massonica, escrevia: “Caro Gamberini, eu gostei, mesmo em sua
frieza cartesiana, do teu edital sobre a morte do papa (Paulo VI – Ndr). Eu creio que ele teria apreciado; ele jamais
teve medo de algo. [...] O dominicano P. Felix Morlion, conhecidíssimo enquanto
fundador da Universidade Internacional “Pro-Deo” [...] me confiava um dia ter
falado com aquele que era então Mons.
G.B Montini entre as relações desastrosas existentes entre a Igreja e a Franco-Maçonaria.
Montini lhe disse: “Não passará uma
geração e entre as duas sociedades uma paz será feita”. O episodio já me
foi contado, sem citar o nome do pontífice em um artigo publicado na “Vida
Pastoral” do mês de dezembro de 1974. Agora que o pontífice faleceu, não há
maiores razões para continuar com o segredo. E a previsão – eu iria dizer a decisão – se verificou
plenamente2...”.
A “paz”, nós vimos, foi
efetivamente feita, mas com a rendição sem condição da Igreja Católica, em nome
da qual, depois da obra de demolição começada por João XXIII, Paulo VI e os
homens do Vaticano II, abusando de sua autoridade, aceitaram e impuseram aos
fiéis este liberalismo e este laicismo do Estado (Dignitatis Humanae), este falso ecumenismo (Lumem Gentium I, 8; Unitatis
Redintegratio; Nostra Aetate) e esta mentalidade democrática
antropocêntrica (Lumem Gentium III,
22) que sempre tinha sido o
estandarte da ideologia laico-maçônica.
O estandarte dos filhos da viúva, como gostam de se
definir os francos-maçons, tinha sido içado triunfalmente sobre a cúpula de São
Pedro.
O vírus da AIDS
iluminista e neomodernista tinha sido inoculado nas veias do mundo católico e
todas as suas defesas imunitárias tinha desaparecido umas após outras.
Notas:
1 -. La Rivista Massonica, julho de 1978, n°
5, p. 290.
2 -. La Rivista Massonica, agosto de 1978, n°
6, p. 371-372.
* - 1962 - Révolution Dans L'Église - Brève Chronique de L'Occupation Néo-Moderniste de LÉglise Catholique - Dom Andrea Mancinella.
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